Organizado pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) e pelo Instituto Aromeiazero, o Fundo de Ações Locais (FAL) está recebendo inscrições de projetos voltados para incentivo da mobilidade ativa e cultura da bicicleta para cidade de São Paulo. O segundo edital já está disponível em www.ciclocidade.org.br/fal e destinará R$ 15 mil a ser dividido entre os selecionados. As inscrições serão encerradas em 8 de julho e o resultado será publicado nas redes sociais da Ciclocidade e do Instituto Aromeiazero em 7 de agosto.
O FAL foi criado com o superávit financeiro obtido com o evento Bicicultura São Paulo, realizado em 2016. É voltado para áreas com altos índices de vulnerabilidade social, em especial para as periferias da cidade.
Serão contempladas propostas que atuam no fortalecimento de grupos, pesquisas, projetos de comunicação e de empreendedorismo através da bicicleta, bem como de ações afirmativas de minorias étnicas, religiosas, de gênero, de sexualidade, linguísticas, físicas e/ou culturais. Podem participar do edital coletivos e grupos não formalizados, pequenos empreendedores (MEI e ME) e pessoas jurídicas sem fins lucrativos e não governamentais.
“O FAL é uma forma de manter, incentivar e descentralizar a bicicultura em São Paulo, dando suporte a iniciativas que promovem a bicicleta e somam forças na resistência por uma cidade mais acessível e ciclável para todos”, comenta Michel Will, diretor de cultura e formação da Ciclocidade.
“Com esse incentivo, ideias de grande impacto comunitário podem ganhar força para sair do papel, articulando as pessoas das áreas onde serão realizadas em torno de um importante debate para a sociedade”, explica Cadu Ronca, diretor do Instituto Aromeiazero.
A seleção das propostas apresentadas para o segundo edital será feita pela Comissão de Curadoria do Fundo de Ações Locais, composta por pessoas com envolvimento na área de ciclomobilidade ou com experiência em áreas correlatas, tais como atividades culturais e esportivas. No primeiro edital publicado no primeiro semestre de 2018, o FAL recebeu inscrições de 17 projetos e a Comissão de Curadoria selecionou quatro iniciativas que foram contempladas com R$ 3 mil cada.
Na região do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, o coletivo de mulheres Preta, Vem de Bike realizou o projeto Pedal na Quebrada uma série de encontros promovendo a bicicleta através de aulas para aprender a pedalar e oficinas de mecânica básica com manutenção de bicicletas. “Tem que ser da periferia para a periferia. Assim podemos somar com os projetos já existentes, criar uma rede de parcerias locais”, comenta Jô Pereira, uma das organizadoras do Pedal na Quebrada e integrante do coletivo Preta, Vem de Bike.
Outra iniciativa ficou por conta do coletivo Periferia em Movimento, que realizou uma série de reportagens com foco na mobilidade em bicicleta no extremo Sul da capital paulista, o Jornalismo de Quebrada. “Com o apoio financeiro foi possível mapear a infraestrutura ciclável no extremo Sul de São Paulo, as dificuldades encontradas pelos ciclistas locais e como isso impede que mais pessoas usem a bicicleta”, comentou Thiago Borges.
Do outro lado da cidade, o projeto Biciclotour das Ideias ressignifica as ruas do Jardim Julieta, na Vila Sabrina, na Zona Norte da cidade, pedalando uma bicicleta cargueira. “Promovendo arte, cultura e comunicação, usamos a bicicleta como uma ferramenta de aprendizado, de empreendedorismo e de tecnologias sociais”, explica Fabiana Menassi sobre a iniciativa que transforma uma bike cargueira em rádio, biblioteca e ateliê itinerante.
No bairro do Grajaú, Zona Sul de São Paulo, o projeto Bikes Marginais organizou uma frota de bicicletas para realizar atividades de experimentação territorial em percursos educadores pela periferia da Capital. As ações foram realizadas em parceria entre os coletivos Imargem, Casa Ecoativa, Ateliê Damargem e o Projeto Navegando nas Artes.
Comissão de curadoria
A comissão de curadoria do primeiro edital do FAL foi composta por Sheila Hempkmeyer, psicóloga, mestre em educação, ciclista e membra da União dos Ciclistas do Brasil (UCB); Suzana Nogueira, arquiteta e urbanista, atuou na coordenação de planejamento e projetos cicloviários de São Paulo; Márcio Black, cientista político, produtor cultural e membro da Bancada Ativista e atualmente coordenador de cultura da Fundação Tide Setubal; Renata Amaral, engenheira ambiental, com experiência na coordenação de projetos socioambientais na iniciativa privada, pedala para se locomover em São Paulo; e Dani Louzada, publicitária, ciclista, membra do GT Gênero da Ciclocidade e colaboradora do projeto Feminismo em Duas Rodas. Segunda edição do Fundo de Ações Locais destina R$15 mil a projetos de incentivo à cultura da bicicleta na periferia de SP