A política tarifária da Sabesp tem levado indústrias a procurar alternativas no reúso da água – que não é potável, mas pode ser usada em processos de lavagem e de regas de jardins. De acordo com o diretor do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (Cirra), da USP, Ivanildo Hespanhol, os projetos desenvolvidos pelo centro e oferecidos às empresas apontam para um custo de R$ 0,80 a R$ 1,20 por metro cúbico para o tratamento e o reúso, ao mesmo tempo em que a tarifa média da Sabesp está acima de R$ 8 por metro cúbico para a água potável. Para Hespanhol, enquanto a Sabesp não tiver uma política comercial para a água de reúso, a tendência não vai se alterar.
A Sabesp tem um programa de reaproveitamento de água, mas esbarra na questão da distribuição. Diferentemente da potável, a água de reúso precisa ser transportada por caminhão-tanque até o consumidor, pois construir uma rede paralela de distribuição só seria viável em locais com grande concentração de usuários próximos às estações de tratamento. A saída, portanto, está em as próprias empresas desenvolverem seus programas de reaproveitamento.