Por Milene Pacheco
Várias das maiores empresas de tecnologia do mundo anunciaram em junho uma aliança para criar metas de melhor uso da energia e redução de emissão de carbono por computadores e outros eletrônicos. Entre os membros da Climate Savers Computing Initiative estão a Microsoft, a Intel e o Google. Juntas, as empresas pretendem encorajar os usuários a tirar vantagem das técnicas de gerenciamento de energia e a aumentar a eficiência energética dos equipamentos. O objetivo é poupar US$ 5,5 bilhões em gastos energéticos por ano e reduzir a emissão de carbono em 54 milhões de toneladas anuais, o equivalente à emissão de 11 milhões de carros.
Hoje apenas 50% da energia que deixa a rede elétrica chega ao computador, por conta da inefi ciência dos fi os. Ao celebrar a iniciativa, o vice-presidente de operações do Google, Urs Hölzle, disse que, a partir de 2010, os climate savers vão definir um padrão de fonte de energia com 95% de eficiência.
A iniciativa não livra as empresas de sérios problemas relacionados ao meio ambiente. Segundo a última edição de maio da revista New Scientist, várias matérias-primas usadas na fabricação de produtos eletrônicos se esgotarão dentro de, no máximo, 30 anos, caso o consumo “desenfreado” prossiga. Todas as fontes de platina, usadas em placas eletrônicas, desaparecerão dentro de 15 anos. Outro metal apontado no estudo é o índio, usado na fabricação de telas de cristal líquido, que se esgotará entre cinco e dez anos.
A busca de alternativas é, portanto, uma imposição do planeta ao mercado. Resta saber se o alerta será compreendido em profundidade, de modo a incentivar o desenvolvimento de tecnologias com base em matériasprimas e processos produtivos limpos, renováveis e sustentáveis.