A guerra e a economia são vitais demais para ser tratadas apenas por generais e economistas. A mesma máxima vale para a crise de insustentabilidade que ameaça a civilização. Pensando desse modo, Página 22 abre um debate sobre idéias, metas, caminhos e estratégias que se apresentam como alternativas para superá-la.
No momento em que a preocupação socioambiental multiplica seus adeptos, pelo menos no discurso, consideramos oportuno rediscutir conceitos. Pois, se a popularização de expressões como “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável” é desejável, implica também a multiplicação de equívocos e manipulações diversas. Evidência de um dos desafios à frente: permitir a ampliação do debate sem diluir princípios, inviabilizar parâmetros nem turvar objetivos.
Para ajudar a esclarecer essa e outras questões, convocamos alguns dos mais reconhecidos proponentes, brasileiros e estrangeiros, de modelos de pensamento e ação capazes de criar, a partir daqui e de agora, um mundo mais justo e sustentável para as gerações futuras. Entre eles, encontram-se os nossos novos colaboradores permanentes, Ignacy Sachs, José Eli da Veiga e Maristela Bernardo, que se revezarão mensalmente na autoria dos textos publicados na seção Análise.
Outro debatedor, Ervin László, demonstra como, em situações de acúmulo de desequilíbrios, cenários aparentemente estáveis podem rumar rapidamente para o caos em virtude de ligeiras alterações ou acontecimentos pontuais. Tese que se aplicaria às mudanças climáticas e para a qual a crise do setor aéreo brasileiro oferece uma trágica ilustração.
Ouvimos ainda investigadores de campos correlatos do conhecimento, sem os quais a discussão jamais ganhará a amplitude exigida por um desafio que é global não apenas no sentido geográfico, mas também no que tange às dimensões da vida social e da atividade intelectual.
BOA LEITURA