Por Flavia Pardini
Aliberdade das bicicletas não é uma opção em muitos locais, como São Paulo, onde o tráfico intenso, o relevo acidentado e a falta de segurança nas ruas desencorajam até os mais ardorosos ciclistas. Na Islândia, onde a temperatura no verão em geral não passa dos 15 graus e a taxa de automóveis per capita está entre as mais altas do mundo, o jeito foi incentivar o uso de carros menos poluentes.
A capital Reykjavík aprovou em agosto regras que permitem o estacionamento de graça para os donos de automóveis considerados menos danosos ao meio ambiente — aqueles que consomem menos de 5 litros de gasolina para rodar 100 quilômetros. A medida pode significar uma economia de cerca de 8 euros por dia e foi recebida com entusiasmo pela população. Reykjavík, Dia Mundial Sem localizada perto do Círculo Ártico, tem aproximadamente 117 mil habitantes e cerca de 230 mil carros registrados.
Mais ao sul, na província canadense de Ontário, o governo anunciou que automóveis mais eficientes e que rodam com combustíveis alternativos poderão receber, a partir de 2008, placas verdes e garantir descontos em estacionamentos e a possibilidade de rodar em faixas exclusivas.
Influenciar o motorista na hora da compra é a intenção do estado de Nova York, que aprovou legislação em agosto exigindo que modelos novos saiam das fábricas, a partir de 2010, com um adesivo informando o “índice de aquecimento global”: a quantidade de CO2 e outros gases de efeito estufa emitidos pelos automóveis. Regras semelhantes entram em vigor na Califórnia em 2009.
De olho na liberdade do consumidor e no aumento da consciência ambiental, as montadoras reagem. A japonesa Nissan, por exemplo, promete equipar todos os modelos com um medidor da eficiência do combustível, indicando o aumento no consumo à medida que o motorista acelera. A montadora acredita que o resultado pode ser um aumento de até 10% na eficiência. Mas, para o motorista consciente, do Ártico ao Equador e mais ao sul, performance total significa deixar o carro em casa.