Por Flavia Pardini
A crise do segmento subprime de hipotecas nos Estados Unidos chacoalhou boa parte dos mercados financeiros, mas um setor manteve performance estelar: o de cleantech. Os investimentos realizados em empresas do setor na América do Norte e na Europa totalizaram US$ 1,74 bilhão no terceiro trimestre de 2007, segundo a Cleantech Network, que congrega cerca de 8 mil investidores e 9,5 mil companhias no mundo todo. Desde o início do ano, as aplicações chegam a US$ 3,64 bilhões, ou 13% a mais do que nos dez primeiros meses de 2006.
O grupo define cleantech como novas tecnologias e modelos de negócios que garantem retornos competitivos aos investidores ao mesmo tempo que oferecem soluções para desafios globais. Dos 11 segmentos identificados como cleantech, o de “geração de energia” liderou os investimentos no terceiro trimestre, com destaque para biocombustíveis e energia solar. Outro segmento promissor, segundo o grupo, é o de “água e esgotos”.
Apesar da queda do dólar, da volatilidade da bolsa americana e dos temores de recessão nos Estados Unidos, o Cleantech Index – que acompanha a performance de 47 empresas líderes no setor, 85% das quais são americanas – subiu 5,5% no terceiro trimestre, ante 2% do S&P 500.
No Brasil, a indústria ainda é incipiente, mas há sinais de aquecimento das conversas entre fundos de venture capital, investidores-anjos e empreendedores. Eles estarão juntos no IV Fórum de Investidores em Negócios Sustentáveis do programa New Ventures – iniciativa do World Resources Institute gerida pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-EAESP -, previsto para 13 de dezembro em São Paulo. Este ano, o programa selecionou e ofereceu orientação para oito projetos.