Que o setor empresarial é grande responsável pelas mudanças climáticas já se sabe. Medir o quanto cada empresa emite em carbono é o primeiro passo para atacar o problema e converter em prática o discurso da responsabilidade socioambiental.
Ferramenta para isso já existe. Trata-se do GHG Protocol, ou protocolo dos gases de efeito estufa, uma iniciativa internacional que será lançada oficialmente no País em 20 de maio, em Brasília, com a presença da ministra Marina Silva. O GHG foi desenvolvido pelas organizações World Resources Institute e World Business Council for Sustainable Development, com apoio de cientistas, para medir as emissões de empresas. Algumas empresas brasileiras, como Natura, Petrobras, Votorantim e o banco Bradesco já a utilizam. Mas a idéia é difundir a ferramenta para o universo corporativo brasileiro.
Com isso pretende-se transferir, gratuitamente, essa tecnologia de cálculo, que é considerada benchmark em termos de inventário corporativo de emissões. Para tanto, o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (GVces), com apoio do governo britânico, vai realizar um fórum entre empresas para trocar experiências e informações. “O objetivo é criar no Brasil a cultura de inventário entre as empresas”, afirma Rachel Biderman, coordenadora-adjunta do Gvces, onde é responsável pelo programa de Mudanças Climáticas. O primeiro alvo da iniciativa são as companhias de grande porte dos setores que mais emitem carbono, identificados pelo Inventário Nacional das Emissões de Gases de Efeito Estufa.
Há quem diga que o governo federal tem grande interesse pelo programa, pois seria uma forma de mostrar serviço no combate ao aquecimento global, uma vez que ainda derrapa no controle ao desmatamento e às queimadas.