Por Flavia Pardini
A falta de vontade política e a cultura do consumo foram as barreiras mais significativas ao avanço da agenda da sustentabilidade nos últimos 20 anos, apontaram profissionais da área de sustentabilidade ouvidos por uma pesquisa encomendada à Globescan pela consultoria SustainAbility e divulgada no fim de fevereiro. Foram ouvidas 2.158 pessoas, a maioria com cinco a dez anos de experiência na área, que atuam em diversos setores da economia em vários países — 7% eram latino-americanos.
Os políticos, além de atrasar a mudança de paradigmas, foram avaliados como os piores líderes quando o assunto é sustentabilidade. Em seguida aparecem as lideranças do setor corporativo e das organizações multilaterais e, na melhor posição, os líderes que atuam em ONGs. A SustainAbility viu nos resultados a indicação de um “vácuo de lideranças” na sustentabilidade, mas destacou que — diante da constatação de que os temas ambientais figuram entre as maiores preocupações da população em 20 países, segundo outra pesquisa da Globescan — há uma grande oportunidade a ser explorada.
Dos entrevistados, 75% avaliaram que os atuais esforços feitos por governos, empresas e organizações multilaterais são inadequados às necessidades da sustentabilidade. E mais, apenas 3% disseram que o aumento da comunicação corporativa sobre a sustentabilidade é autêntica.
Quatorze por cento afirmaram que o capitalismo de mercado inibe o progresso em direção à sustentabilidade. Trinta e oito por cento disseram que a hegemonia global dos Estados Unidos é inibidora. Este, pelo menos, é um fator pode mudar com as próximas eleições americanas. — por Flavia Pardini