Por Flavia Pardini
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Não são apenas produtos agrícolas e o petróleo que têm registrado altas recordes de preço. O custo do minério de ferro vendido pela anglo-australiana Rio Tinto à maior siderúrgica chinesa, Baosteel, vai subir entre 80% e 96,5% este ano, o maior aumento anual da história, e mais do que a Vale obteve (65% a 71%). Austrália, Brasil e Índia são os principais fornecedores de minério para a China.
Para conseguir aumento maior, a Rio Tinto argumentou que o minério australiano é de melhor qualidade, além de ser extraído de um lugar mais perto do mercado consumidor. Quando compram do Brasil, os chineses precisam incluir na conta o custo de transportar o minério ao redor do mundo. Segundo analistas, o frete de uma tonelada métrica de minério para a China é cerca de US$ 50 mais baixo da Austrália do que do Brasil. O transporte entrou na conta, mas os impactos socioambientais continuam de fora. Eles ocorrem não só na extração: insumo para a fabricação de aço usado em uma miríade de produtos, o minério de ferro alimenta o consumo da China e do mundo.