A próxima onda na busca por energias renováveis pode vir de dentro da Terra – a energia geotérmica. O Google.org – braço filantrópico do Google – anunciou em agosto investimentos de US$ 10,25 milhões para desenvolver a tecnologia Enhanced Geothermal System (EGS), também conhecida como Hot Dry Rock.
O objetivo é ambicioso: colher o calor das profundezas da Terra – pelo menos 10 quilômetros abaixo da superfície – e transformá-lo em eletricidade. Ao contrário dos sistemas geotérmicos tradicionais, que dependem da descoberta de bolsões naturais de calor e água quente próximos da superfície, o EGS perfura a grandes profundidades, fratura as rochas artificialmente e bombeia água para trazer o calor para cima. A vantagem é a produção de energia em escala, continuamente e com poucos efeitos para a atmosfera – após a perfuração, tais sistemas praticamente não emitem gases de efeito estufa.
Existem efeitos colaterais de bombear água no subsolo – por exemplo, a ocorrência de terremotos.
Os milhões destinados pelo Google vão para duas empresas americanas que desenvolvem tecnologias de perfuração e fratura das rochas e para um centro de pesquisa que trabalha em mapear o potencial geotérmico dos EUA. Grande usuário de energia em data centers, o Google já anunciou investimentos de quase US$ 31 milhões para o programa Develop Renewable Energy Cheaper Than Coal.