O investimento da Google está concentrado no potencial geotérmico dos EUA, mas é do outro lado do mundo, na Austrália, que se encontram algumas das melhores condições para usar a energia da Terra. Segundo a Geoscience Australia, entidade governamental de pesquisa geológica, apenas 1% da energia que pode ser extraída das hot rocks do continente seria equivalente a 26.000 vezes o consumo anual de energia do país.
Com rochas formadas há mais de 500 milhões de anos e temperaturas até duas vezes mais altas do que em formações semelhantes em outras regiões do mundo, a Austrália é considerada o paraíso geotérmico. Especialmente o estado de South Australia, que abriga boa parte da Cooper Basin, uma bacia sedimentária, e onde mais de uma dúzia de empresas solicitaram permissão para explorar o potencial geotérmico, com investimentos esperados de mais 500 milhões de dólares australianos. Para atrair mais investimentos, o governo do primeiro-ministro Kevin Rudd anunciou em agosto 50 milhões de dólares australianos para ajudar as empresas já estabelecidas a perfurar e provar seu potencial de produção.
Mas o maior empecilho ao desenvolvimento da energia geotérmica talvez só seja superado com outro plano do governo, o esquema de negociação de emissões de carbono, previsto para entrar em vigor em 2010 e que deverá tornar o uso de outra bênção natural da Austrália – o carvão – mais caro.