Apesar da insatisfação de alguns setores produtivos quanto aos encargos ambientais, especialistas em conservação estão convencidos de que é possível fazer mais e melhor, além do que a legislação ambiental determina.
O Business and Biodiversity Offsets Program (Bbop), um projeto das organizações Forest Trends, Wildlife Conservation Society e Conservation International, oferece uma metodologia de compensação das perdas de biodiversidade para grandes empreendimentos como agronegócio, mineração e infra-estrutura.
São medidas como instalação de corredores ecológicos entre áreas protegidas, eliminação de espécies invasoras e apoio a alternativas sustentáveis de geração de renda nas comunidades locais.
Para o Bbop, a compensação, ou “offset,” só entra em cena depois que todos os esforços para mitigar os impactos já foram aplicados, e ainda há passivos a resolver.
“O licenciamento ambiental no Brasil já obriga a mitigação de impactos. Mas a compensação representa um valor pecuniário que vai para o sistema de áreas protegidas. O Bbop entra, então, como uma forma de aplicar esse investimento diretamente no local”, pondera Pedro Leitão, secretário geral do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), entidade que está empenhada em adaptar o programa à realidade brasileira.
Para Leitão, o licenciamento ambiental ainda é muito focado no período préinstalação e operação. “Mas, depois que o empreendimento está operando, pode eventualmente causar outros danos para o meio ambiente. E os setores carecem de ferramentas para medir e precificar seus impactos”, diz.