Por Ricardo Barreto
O debate e as propostas de candidatos a prefeito e vereador dos municípios brasileiros reservaram este ano espaço inédito para questões ambientais, na avaliação de alguns ambientalistas. “Nós, que nos acostumamos a ouvir que a questão do meio ambiente não é fundamental, temos de ressaltar o fato de todos os candidatos terem incorporado em seus programas a questão ambiental, pela primeira vez em uma eleição à Prefeitura de São Paulo”, avalia Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil.
As entidades da sociedade civil trabalharam para tanto. O Greenpeace, por exemplo, lançou a campanha “Hora de os candidatos municipais assumirem compromissos ambientais”, com uma plataforma para que futuros prefeitos e vereadores de qualquer município abordem problemas ligados a mudanças climáticas, florestas, alimentos transgênicos e oceanos, entre outros. Confira.
Na mesma linha, a SOS Mata Atlântica lançou pela terceira eleição consecutiva sua Plataforma Ambiental para as cidades localizadas no domínio da Mata Atlântica. O objetivo é pensar os problemas de modo integrado com o meio ambiente, além de estimular a participação da sociedade na política municipal. Já o Movimento Nossa São Paulo realizou durante o primeiro semestre uma série de encontros, onde foram recolhidas mais de 1.500 contribuições sobre os principais desafios sociais, econômicos, políticos, ambientais e urbanos da cidade. A expectativa é que pelo menos parte seja absorvida pelo programa do governo eleito.
Oded Grajew, articulador do Movimento Nossa São Paulo, lembra a importância da co-responsabilidade. “Somos todos, pela ação ou omissão, responsáveis por tudo o que acontece em nossa cidade.” Cabe aos eleitores, portanto, pressionar para que as propostas não sejam mais uma forma de retórica.