Por Carolina Derivi
Grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, são marcados por milionárias arenas extravagantes, certo? Não se depender do arquiteto Vicente de Castro Mello. Seu escritório, especializado em instalações esportivas, quer estabelecer um novo padrão para os estádios brasileiros na Copa do Mundo em 2014.
“Arenas como o Ninho de Pássaro, na China, são bonitas, mas demandam uma infinidade de recursos naturais. A nossa intenção é lançar um padrão de beleza marcado pela simplicidade e pela funcionalidade”, diz Mello. Além de rascunhar o projeto de reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, o arquiteto já está escalado para construir os novos estádios de Cuiabá e Brasília – caso as cidades sejam escolhidas para sediar partidas. A Fifa anuncia o resultado final em maio.
O novo paradigma é batizado por ele de “ecoarenas”. Segundo Mello, até hoje os estádios do mundo comportaram apenas medidas pontuais voltadas para a sustentabilidade ambiental. Uma cisterna aqui, um painel de captação de energia solar acolá. O arquiteto promete incluir critérios socioambientais em todas as suas decisões, da concepção às escolhas de materiais, da geração de energia às instalações de ventilação, passando também pela mão-de-obra.
O principal projeto de Mello, ainda em estágio embrionário, vai muito além das arenas. O site www.copaverde.com.br, no formato de plataforma de relacionamentos, convida os internautas a trocar informações e a iniciar uma campanha para que todas as obras de infraestrutura voltadas para 2014 obedeçam aos melhores padrões de sustentabilidade.