Por Carolina Derivi
Um registro nacional de emissões de gases de efeito estufa não é o único indício de que a política ambiental dos EUA deve passar por uma guinada. Segundo a imprensa americana, a EPA se prepara para incluir o dióxido de carbono na lista dos gases poluentes prejudiciais à saúde e ao bem-estar públicos da leiconhecida como Clean Air Act.
Aprovada em 1990, é essa lei que permite à agência impor limites obrigatórios de emissão de gases poluentes como, por exemplo, o óxido de nitrogênio, um dos causadores da chuva ácida. Admitir o CO2 no mesma categoria é preparar o ambiente regulatório para reduzir a pegada de carbono dos EUA. Boa notícia para quem espera um novo e efetivo tratado sobre mudanças climáticas como resultado da Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP), em dezembro, na Dinamarca.
Uma decisão da EPA também encerrará uma longa controvérsia interna. Desde 2003, uma coalizão de estados americanos, liderados pela Califórnia e por Massachusetts, vem tentando estabelecer seus próprios limites para o carbono. A proposta visava reduzir em 30% as emissões de carros e caminhões até 2016 e garantir que outros estados pudessem adotar a mesma norma.
Na gestão Bush, a EPA negou a permissão, por entender que não havia evidências científicas suficientes sobre as mudanças climáticas e suas causas. Até o fechamento desta edição, a agência americana ainda não havia divulgado seu parecer final.