Por Carolina Derivi
Conforme nos aproximamos de 2012, crescem os temores de que os objetivos do Protocolo de Kyoto possam se transformar em um fiasco. Não no Velho Continente. Segundo a Agência Ambiental Europeia (EEA), o mais recente inventário de emissão de gases de efeito estufa – referente a 2007 – apresenta queda de 9,3% em relação aos níveis de 1990.
Isso significa que os países europeus signatários de Kyoto já atigiram uma marca 5% inferior ao objetivo para 2012, segundo a agência. Durante entrevista coletiva em Bruxelas, o comissário de Meio Ambiente da União Europeia, Stavros Dimas, disse estar certo de que o continente excederá seus compromissos. A meta de Kyoto é uma redução global de 8% em relação a 1990.
Apesar do entusiasmo, a Agência Ambiental Europeia não deixou de admitir que as sucessivas quedas desde 2005 se devem mais ao clima ameno dos últimos anos (que requerem menor consumo de energia para calefação) e à escalada de preços do petróleo do que a mudanças estruturais. Prova disso é que a redução foi puxada pelas residências, particularmente na Alemanha, enquanto a produção industrial subiu 2,7% em relação a 2006.
Mas nem toda a Europa está afinada. Alguns países, como Grécia e Espanha, apresentaram aumento de emissões da ordem de 2,1% e 2,9%, respectivamente.
Segundo o jornal The New York Times, Dimas afirmou que a União Europeia deverá obrigar os países na contramão a comprar créditos ou pagar multas, se a tendência de aumento permanecer, no máximo até 2010.
Em press release da EEA, a diretoraexecutiva, Jacqueline McGlade, afirma que os fatores decisivos para manter redução contínua de emissões são os “investimentos verdes” nos pacotes de enfrentamento da crise econômica e um acordo consistente na próxima Conferência do Clima, em Copenhague, em dezembro.