A OMS explica que “a saúde ambiental se refere aos aspectos da saúde e qualidade de vida humana determinados por fatores ambientais, sejam estes físicos, químicos, biológicos ou sociais”. Preocupada com o controle e prevenção dos fatores que podem afetar de forma adversa a saúde da atual e das futuras gerações, aconteceu em São Paulo, no dia 26/5, a VIII Conferëncia Municipal de Produção Mais Limpa. Estiveram reunidos mais de 2500 inscritos entre integrantes de empresas, da administração pública, do terceiro setor, de organizações não-governamentais e da imprensa.
No discurso, os representantes governamentais trouxeram uma visão crítica da situação na cidade. “São Paulo é uma cidade de peculiaridades no que diz respeito aos transportes urbanos”, disse de modo eufemísitico o secretário municipal das relações internacionais Alfredo Cotait. “A população deve estar do lado do meio ambiente, optando por alternativas mais limpas de locomoção.” Já o prefeito Gilberto Kassab admitiu que a expectativa de vida da população da cidade diminui cerca de um ano e meio por causa da poulição do ar. Apesar da percepção dos problemas, medidas importantes como a aprovação e implementação da Política Municipal de Mudanças Climáticas continuam a ser postergadas.
Apontando mais para soluções do que constatando problemas, o professor Arlindo Phillippi Jr, titular da Faculdade de Saúde Pública da USP, proferiu palestra magna no evento, mostrando que para se fazer juz ao nome do encontro é necessário medidas práticas para integrar o homem e o meio ambiente. Entre elas, a redução de resíduos sólidos no ambiente, a garantia de qualidade no transporte coletivo e sobreutdo a educação da população. Phillippi ressaltou que 82% da população vive em áreas urbanas.
Trazendo a referência de outras realidades do país, Karen Suassuna, analista de programas de conservação da WWF Brasil, falou sobre desenvolvimento, saúde e ambiente. Como recorte, relacionou aquecimento global e os cenários futuros com gráficos como esse ao lado. “A região norte do país é a que mais está vulnerável aos problemas da mudança do clima o que pode produzir sérios problemas de saúde e queda de produtividade das atividades econômicas”, alertou Karen.
A relação entre mudança do clima e a vida nas cidades deve se tornar uma agenda cada vez mais relevante a partir desse ano. Não só pelo desequilíbrio climático que só tem aumentado, mas pela realização em 2011 do próximo encontro do C40 – o grupo das maiores cidades do mundo na luta pelo clima – que terá lugar em São Paulo. Até lá, espera-se que a Política Municipal de Mudanças Climáticas, cuja votação tem sido adiada há quase um ano, já esteja aprovada e em franco processo de implementação.
por Emílio Gustavo e Ricardo Barretto