Os meses que precederam a aprovação pela Câmara dos Deputados dos EUA, em 26 de junho, da chamada Lei Waxman- Markey – ou a lei das mudanças climáticas- foram marcados por uma explosão na atividade lobista.
Levantamento dos registros do Congresso feito pelo The Center for Public Integrity – organização não governamental e não partidária que produz jornalismo investigativo – mostrou que o número de empresas e organizações que tentaram influenciar o debate climático no último ano ultrapassou 770, mais de 300% superior do que há cinco anos. Quase todos os setores da sociedade estão representados e, para fazer valer seus argumentos, contaram com um exército de quase 2. 400 lobistas – mais de 4 para cada integrante do Congresso americano – e gastaram cerca de US$ 90 milhões.
O levantamento identificou os setores de carvão e gás e as indústrias que usam estes recursos como os líderes da cena lobista. Houve significativo aumento nos representantes de Wall Street, que esperam atuar como intermediários financeiros no esquema de cap-and-trade de emissões de carbono que o projeto estabelece. Também cresceu o lobby por parte de grupos de interesse, especialmente organizações ambientais – mas para cada lobista ambiental há oito que representam as indústrias.
Após as modificações dos deputados, o projeto prevê redução nas emissões de carbono pela economia americana de 17% até 2020 sobre os níveis de 2005, e de 80% até 2050. A indústria receberá de graça 85% das permissões para emitir e apenas 15% serão leiloadas. O projeto inclui ainda metas para a oferta de energia renovável, modernização da rede de distribuição e eficiência energética. Enquanto a matéria não passa pelo Senado, os lobistas devem continuar na ativa.