Desde o fim da guerra, há 25 anos, as Ilhas Malvinas, ou Falkland, abandonaram uma economia de base agrícola – especialmente a criação de ovelhas – para explorar o mar. A profusão de mexilhões e algas (“kelp”) deu origem ao apelido dos habitantes, os “kelpers”, e indica a riqueza marinha. Foi ela que levou os britânicos a exigir direitos exclusivos sobre 200 milhas náuticas ao redor das ilhas. E garante aos kelpers um PIB de cerca de US$ 50 mil per capita.
A geologia desmente Argentina e Inglaterra, que foram à guerra por causa das ilhas. Antes da quebra do supercontinente de Gondwana e da abertura do Atlântico, há cerca de 120 milhões de anos, as Malvinas/Falkland estavam próximas do Sudeste da África. Um dos primeiros a comentar sobre as “corredeiras” de pedras (foto aérea) foi Charles Darwin, em visita às ilhas em 1834. Ele descreveu a paisagem sem árvores das ilhas como “desolada e miserável”.
Os britânicos ocuparam as ilhas a partir de 1833. Na pequena população atual – de cerca de 3 mil residentes permanentes – várias famílias têm os primeiros colonos entre os seus antepassados. Hoje, a maior parte dos kelpers tem mais de um emprego para poder se manter na economia moderna, na qual um dos destaques é o turismo.
Na época da entrada dos argentinos, o declínio da agricultura havia forçado grande parte dos habitantes para a capital, Stanley. Um sintoma daqueles tempos difíceis era a surpreendente dependência de divisas trazidas às ilhas por colecionadores estrangeiros de selos. A partir daí, o boom da pesca e do turismo e as previsões para produção de petróleo mudaram o padrão de vida. Ainda assim, cerca de meio milhão de ovelhas pastam na paisagem pedregosa das ilhas.