O sábado, dia 24 de outubro foi mais uma grande mobilização global pelo enfretamento das mudanças climáticas. Foram 4 mil eventos simultâneos em 170 países.
Um dos motes é a campanha 350.org. A proposta foi conclamar as pessoas a representar o número em diferentes lugares do mundo, o que simboliza a concentração aceitável de gases do efeito estufa na atmosfera (350 partes por milhão, ou ppm).
Veja ao lado algumas fotos tiradas em diferentes partes do mundo. Confira também a galeria da campanha no Flickr.
Isso porque a marca de 450 ppm, que se convencionou como alvo das negociações internacionais, garante apenas 50% de chance de o aumento da temperatura global não ultrpassar 2°C, o limite seguro.
James Hansen, climatologista da NASA, abraçou a causa. (Leia matéria do jornal New York Times sobre essa discussão – em inglês).
O problema é que a marca atual de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera já atingiu 387 ppm e retroceder é muito difícil. Seria necessária uma queda imediata de mais de 20% nas emissões globais. Isso significa despencar das atuais 45 Gt (1 gigatonelada = 1 bilhão de toneladas) para menos de de 9Gt. E torcer para que a natureza seja capaz de absorver o excesso até o final do século.
Mesmo assim, Nos EUA, 350 pessoas dançaram o Thriller de Michael Jackson em Seattle, “porque se não paramos o aquecimento global, bem podemos ficar mortos-vivos”, dizem eles. Já na Hungria, centenas de banhistas saltaram para os banhos públicos em Budapeste em uma performance sincronizada do número 350. Até no Afeganistão soldados chegaram a representar o número (foto).
O dia 24 de outubro é também o Dia das Nações Unidas, e representa um momento estratégico para pressionar pelas decisões que serão tomadas na CoP-15 (Conferência do Clima), em Copenhague, na Dinamarca, em Dezembro.