Em meio ao risco de uma quebradeira generalizada, grandes bancos de todo o mundo não hesitaram em pedir ajuda aos seus respectivos governos para que os salvasse. Agora, em ritmo de fim de crise, talvez tenha chegado a hora desses mesmos gigantes ajudarem a conter os avanços da crise climática, ajudando a manter em pé as florestas do planeta.
Uma matéria publicada pela The Economist mostra que cerca de 21 bilhões de dólares serão distribuídos em bônus a banqueiros do Goldman Sachs este ano. Já um relatório apresentado por especialistas da área de finanças a autoridades de 19 países com áreas de florestas mostra que uma quantia entre 22 bilhões e 37 bilhões de dólares seria suficiente para conter o desmatamento entre 2010 e 2015.
Dois anos de bônus dos executivos do Sachs já faria uma boa diferença ambiental. Nada mais justo, ironiza a The Economist, que esses milionários abram a mão de uma Ferrari cada um para contribuir com a sanidade climática e ambiental do mundo. A contenção do desmantamento pode representar uma redução de 30% nas emissões de carbono até 2020.
O bonde já está andando?
A reunião em que esses dados vieram à tona aconteceu nas salas da realiza britânica, contou com o Príncipe Charles como anfitrião, e visava discutir um pacote emergencial para frear o desmatamento. Mas não é novidade que países de diversas partes do mundo já perceberam esse filão.
O Brasil já mantém o Fundo Amazônia, financiado por doações de outros países. A cada 120 dólares, um hectare de floresta é protegido por 20 anos. Trata-se de um investimento barato em comparação com outras ações que geram créditos de carbono, como a troca do uso de combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis.
Alguns bancos têm considerado esse tipo de carteira para investidores de longo prazo, como fundos de pensão, por exemplo. A própria legislação climática que segue emperrada no Congresso americano deve considerar a manutenção de florestas como ferramenta.
Para conhecer mais sobre florestas e o mercado de carbono:
Árvore do conhecimento – reportagem de Amália Safatle
Floresta a quilo – reportagem de Flavia Pardini
Redução de dúvidas – artigo de Mario Monzoni