Novíssimas demandas obrigam o Ensino Superior a repensar seus métodos educacionais e a si mesmo enquanto transformador da sociedade
A maneira como a universidade forma os jovens que nela ingressam ano após ano vem sendo criticada há muito tempo. Ainda na década de 1970, o falecido professor Maurício Tragtenberg denunciou aquilo que chamou de delinquência acadêmica. Ele afirmava que somente através da crise da universidade é que os jovens detectam as contradições profundas do social, refletidas na própria universidade. Mais que isso, dizia não ser a universidade algo essencial como a linguagem, mas sim uma instituição dominante ligada à dominação. E que, para obscurecer esses fatores, ela desenvolve uma ideologia do saber neutro, científico, a neutralidade cultural e o mito de um saber “objetivo”, acima das contradições sociais.
A crítica do professor de ontem se faz atual nos dias de hoje. Para além da questão da falta de recursos ou mesmo de interesse da opinião pública, há algo mais premente e próximo da realidade cotidiana que também precisa ser resolvido: a educação e, em particular, o Ensino Superior trazem conteúdo e formas didáticas defasados, ante um mundo com demandas que se renovam em uma velocidade sem precedentes. “Nesse ponto, concordo com um dos últimos escritos de Celso Furtado, segundo o qual as teorias, como as estamos ensinando, não estão ajudando a entender os problemas reais da economia”, diz Ladislau Dowbor, professor titular da PUC-SP.
Ele percebe, contudo, que há um deslocamento e uma busca de novos rumos. Dowbor diz que estamos num processo de construção de novas articulações teóricas, mas, no essencial, com instrumentos insuficientes de análise. “A compreensão dos problemas-chave que temos de enfrentar é que deve ampliar nossa teoria. Nós somos desafiados pela desigualdade no planeta, que se está tornando explosiva. Temos 4 bilhões de pessoas excluídas do sistema, a destruição do clima e da vida nos mares, temos a liquidação da cobertura florestal, a esterilização do solo, a contaminação da água etc. Devemos reorientar a economia e a administração em função desses problemas-chave.”
Neste contexto global, em que a sustentabilidade deixa de ser apenas um diferencial de mercado para se tornar um assunto inescapável às empresas, cabe questionar que tipo de administrador ou de economista vem sendo formado para atuar nesse novo cenário.
Para Marcos Fernandes Gonçalves da Silva, professor-adjunto e pesquisador da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eesp-FGV), ainda falta sensibilidade às universidades de uma maneira geral para tratar desse assunto. “Só agora há uma percepção nesse sentido, especialmente por se tratar de um assunto importante quando se pensa em políticas públicas. Rapidamente, todos os cursos passarão a trabalhar com esse tema de forma transversal. Caso contrário, os alunos oriundos dessas universidades não serão capazes de desenvolver novos projetos se desconhecerem essa área”, afirma.
Inovação na veia
Com a proposta de lançar algo bastante inovador em termos de educação para a sustentabilidade, acaba de ser criada uma nova disciplina, a Formação Integrada para Sustentabilidade (FIS), que passa a compor a grade curricular da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp-FGV). A FIS será oferecida do 5º ao 8º semestre, ainda em caráter eletivo, ou seja, voluntário. E nasce como um piloto, pela própria inovação pedagógica que propõe. Neste primeiro momento, serão apenas dez os estudantes a participar das aulas.
“Os alunos vão vivenciar na prática os desafios do desenvolvimento sustentável possivelmente em um empreendimento implantado na Região Amazônica, que envolve a empresa, os investidores e toda a comunidade da região”, conta Érica Miranda de Toledo Gallucci, pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade, da Eaesp-FGV (GVces). “Por isso, a FIS não é uma disciplina com o conteúdo pronto. É a partir do desafio proposto que o conteúdo será elaborado. As aulas serão baseadas em seções de diálogos, conversas com especialistas, visitas de campo, e não seguem o esquema tradicional de transmissão de conhecimento do professor para o aluno”, diz Érica.
À medida que são identificadas as dificuldades do projeto e detectados os saberes nos quais eles terão de se aprofundar, listam-se os especialistas com quem será interessante os alunos conversarem. Tudo parte daquele desafio inicial específico. Um coach acompanhará a turma do começo ao fim. Os demais, que eventualmente possam ser chamados, serão acionados segundo as necessidades do projeto. O processo de seleção também ocorre fora do esquema tradicional da instituição.
Uma grande inovação é que se trata também de um processo de autosseleção, no qualoaluno é convidado a refletir sobre seu encaixe no projeto. “A ideia é fazer o aluno envolver-se com a comunidade que ele estiver pesquisando. Ele não vai como um simples investigador, mas se torna parte do processo para conseguir trazer o grau de inovação esperado no projeto”, conta Érica.
A FIS surge como resultado da filiação da FGV ao Principles for Responsible Management Education (PRME), uma iniciativa da ONU para inserir as escolas de negócios do mundo todo na formação para a sustentabilidade. Quando uma escola adere aos princípios, assume o compromisso de internalizar a sustentabilidade no seu currículo, na sua pesquisa, no seu dia a dia.
“Além disso, há a própria pressão externa, a demanda das empresas por um profissional que tenha a visão da sustentabilidade, que perceba um sistema complexo e não olhe mais de forma fragmentada para o seu cotidiano”, diz Érica. “É preciso ressaltar a importância de formar um profissional com essa capacidade de pensamento sistêmico, que consiga identificar as interdependências do sistema, saiba dialogar, integrar e valorizar a diversidade, dentro de uma educação de natureza transdisciplinar.”
A visão do mercado
Marco André Ferreira da Silva, superintendente de recursos humanos do Grupo Santander Brasil, percebe uma mudança no perfil dos candidatos que concorrem às vagas de emprego no grupo. Muitos querem mostrar que têm valores ligados à sustentabilidade. Entretanto, Ferreira da Silva detecta que esses estudantes ou jovens recém-formados não receberam esses valores necessariamente de suas universidades: nessa balança pesam mais o interesse pessoal de determinados estudantes pelo tema e também as novas exigências do mercado, que pedem uma adaptação urgente dos futuros profissionais, como comentou Érica.
“De uns dois ou três anos para cá, algumas poucas universidades buscam, de certa forma, ter um cuidado especial com o tema. Mas o alinhamento dos conteúdos não é feito de forma transversal, parece algo desconectado”, afirma.
Devido à grande quantidade de estudantes que passa por seu departamento rotineiramente, Ferreira da Silva traçou uma espécie de perfil daqueles que já apresentam uma relação estreita com a sustentabilidade. São jovens “embrenhados na causa”, que se sentem inquietos dentro da empresa e têm necessidade de dar vazão a suas muitas ideias.
Para o superintendente, trata-se de um caminho sem volta: “O jovem olha de um jeito diferente para a empresa que trabalha a questão da sustentabilidade. Aqueles que ainda não assimilaram isso, estudantes e empresas, representam o raciocínio de alguém que não vive no seu tempo”.
Educação para quê?
Neste momento de revisão de valores é importante tentar resgatar o sentido primeiro da educação. Há dois anos, a PUC-SP exibia um comercial anunciando que seu maior compromisso era formar jovens talentos para as grandes empresas, em uma visão instrumentalista da educação que parecia ignorar toda a sua tradição na formação de um pensamento crítico que contribuiu, entre outras coisas, para o combate à ditadura militar que assombrou o Brasil por 21 anos.
Cursos de jornalismo do País todo firmam convênios com grandes empresas de comunicação, fazendo de suas salas de aula reprodutores de manuais de redação ou escolas preparatórias de funcionários de determinado veículo. No campo da biotecnologia, a pesquisa é patrocinada pelas grandes empresas do setor, e seus resultados são diretamente incorporados aos processos produtivos. Não há tempo para formulação crítica e muito menos para algo tão usual quando se trata de estudos: a aprendizagem pelas tentativas de erro e acerto.
Os grandes problemas da atualidade, como as mudanças climáticas e seus consequentes efeitos, podem ser resolvidos por estudantes formados segundo essa lógica instrumentalista? A educação possui um valor intrínseco, que independe de qualquer utilização de ferramentas prontas.
Mas Ladislau Dowbor enxerga as faculdades “um pouco menos ‘lecionadoras’ e ‘diplomadoras’, e um pouco mais articuladoras de sistemas de conhecimento em comparação com o modelo pedagógico empregado nessas instituições no passado. E dá um exemplo: em Santa Catarina, o governador dividiu o território em 31 regiões, que tiveram seus planos de desenvolvimento montados pelas universidades regionais. Isso implica a universidade ter de conhecer seu território, e de se unir a empresas, sindicatos e organizações do terceiro setor para articular as necessidades de determinado lugar. A partir daí, ela passa a ser o centro de uma rede de interação científica, tornando-se irradiadora de conhecimento”.
De acordo com o professor, tal medida obriga os cursos a se repensarem, em consonância com as suas necessidades reais, organizando a educação para ser uma alimentadora e difusora dos conhecimentos básicos para o desenvolvimento da região, e faz com que os estudantes não mais utilizem seus diplomas como um trampolim para escapar de sua região, e, sim, como um vetor de transformação local.
Érica Gallucci entende que hoje ainda existe uma grande preocupação em formar um profissional puramente para o mercado. “Entretanto, temos de formar pessoas capazes de se autoformar continuamente. Que saibam gerir as expectativas de cada um dos atores com os quais elas fazem interface. E as universidades ainda não estão preparadas para isso.”
“A universidade está em crise. Isso ocorre porque a sociedade está em crise”, afirmava Maurício Tragtenberg. A solução dos dois casos passa pelo mesmo caminho.[:en]Novíssimas demandas obrigam o Ensino Superior a repensar seus métodos educacionais e a si mesmo enquanto transformador da sociedade
A maneira como a universidade forma os jovens que nela ingressam ano após ano vem sendo criticada há muito tempo. Ainda na década de 1970, o falecido professor Maurício Tragtenberg denunciou aquilo que chamou de delinquência acadêmica. Ele afirmava que somente através da crise da universidade é que os jovens detectam as contradições profundas do social, refletidas na própria universidade. Mais que isso, dizia não ser a universidade algo essencial como a linguagem, mas sim uma instituição dominante ligada à dominação. E que, para obscurecer esses fatores, ela desenvolve uma ideologia do saber neutro, científico, a neutralidade cultural e o mito de um saber “objetivo”, acima das contradições sociais.
A crítica do professor de ontem se faz atual nos dias de hoje. Para além da questão da falta de recursos ou mesmo de interesse da opinião pública, há algo mais premente e próximo da realidade cotidiana que também precisa ser resolvido: a educação e, em particular, o Ensino Superior trazem conteúdo e formas didáticas defasados, ante um mundo com demandas que se renovam em uma velocidade sem precedentes. “Nesse ponto, concordo com um dos últimos escritos de Celso Furtado, segundo o qual as teorias, como as estamos ensinando, não estão ajudando a entender os problemas reais da economia”, diz Ladislau Dowbor, professor titular da PUC-SP.
Ele percebe, contudo, que há um deslocamento e uma busca de novos rumos. Dowbor diz que estamos num processo de construção de novas articulações teóricas, mas, no essencial, com instrumentos insuficientes de análise. “A compreensão dos problemas-chave que temos de enfrentar é que deve ampliar nossa teoria. Nós somos desafiados pela desigualdade no planeta, que se está tornando explosiva. Temos 4 bilhões de pessoas excluídas do sistema, a destruição do clima e da vida nos mares, temos a liquidação da cobertura florestal, a esterilização do solo, a contaminação da água etc. Devemos reorientar a economia e a administração em função desses problemas-chave.”
Neste contexto global, em que a sustentabilidade deixa de ser apenas um diferencial de mercado para se tornar um assunto inescapável às empresas, cabe questionar que tipo de administrador ou de economista vem sendo formado para atuar nesse novo cenário.
Para Marcos Fernandes Gonçalves da Silva, professor-adjunto e pesquisador da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eesp-FGV), ainda falta sensibilidade às universidades de uma maneira geral para tratar desse assunto. “Só agora há uma percepção nesse sentido, especialmente por se tratar de um assunto importante quando se pensa em políticas públicas. Rapidamente, todos os cursos passarão a trabalhar com esse tema de forma transversal. Caso contrário, os alunos oriundos dessas universidades não serão capazes de desenvolver novos projetos se desconhecerem essa área”, afirma.
Inovação na veia
Com a proposta de lançar algo bastante inovador em termos de educação para a sustentabilidade, acaba de ser criada uma nova disciplina, a Formação Integrada para Sustentabilidade (FIS), que passa a compor a grade curricular da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp-FGV). A FIS será oferecida do 5º ao 8º semestre, ainda em caráter eletivo, ou seja, voluntário. E nasce como um piloto, pela própria inovação pedagógica que propõe. Neste primeiro momento, serão apenas dez os estudantes a participar das aulas.
“Os alunos vão vivenciar na prática os desafios do desenvolvimento sustentável possivelmente em um empreendimento implantado na Região Amazônica, que envolve a empresa, os investidores e toda a comunidade da região”, conta Érica Miranda de Toledo Gallucci, pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade, da Eaesp-FGV (GVces). “Por isso, a FIS não é uma disciplina com o conteúdo pronto. É a partir do desafio proposto que o conteúdo será elaborado. As aulas serão baseadas em seções de diálogos, conversas com especialistas, visitas de campo, e não seguem o esquema tradicional de transmissão de conhecimento do professor para o aluno”, diz Érica.
À medida que são identificadas as dificuldades do projeto e detectados os saberes nos quais eles terão de se aprofundar, listam-se os especialistas com quem será interessante os alunos conversarem. Tudo parte daquele desafio inicial específico. Um coach acompanhará a turma do começo ao fim. Os demais, que eventualmente possam ser chamados, serão acionados segundo as necessidades do projeto. O processo de seleção também ocorre fora do esquema tradicional da instituição.
Uma grande inovação é que se trata também de um processo de autosseleção, no qualoaluno é convidado a refletir sobre seu encaixe no projeto. “A ideia é fazer o aluno envolver-se com a comunidade que ele estiver pesquisando. Ele não vai como um simples investigador, mas se torna parte do processo para conseguir trazer o grau de inovação esperado no projeto”, conta Érica.
A FIS surge como resultado da filiação da FGV ao Principles for Responsible Management Education (PRME), uma iniciativa da ONU para inserir as escolas de negócios do mundo todo na formação para a sustentabilidade. Quando uma escola adere aos princípios, assume o compromisso de internalizar a sustentabilidade no seu currículo, na sua pesquisa, no seu dia a dia.
“Além disso, há a própria pressão externa, a demanda das empresas por um profissional que tenha a visão da sustentabilidade, que perceba um sistema complexo e não olhe mais de forma fragmentada para o seu cotidiano”, diz Érica. “É preciso ressaltar a importância de formar um profissional com essa capacidade de pensamento sistêmico, que consiga identificar as interdependências do sistema, saiba dialogar, integrar e valorizar a diversidade, dentro de uma educação de natureza transdisciplinar.”
A visão do mercado
Marco André Ferreira da Silva, superintendente de recursos humanos do Grupo Santander Brasil, percebe uma mudança no perfil dos candidatos que concorrem às vagas de emprego no grupo. Muitos querem mostrar que têm valores ligados à sustentabilidade. Entretanto, Ferreira da Silva detecta que esses estudantes ou jovens recém-formados não receberam esses valores necessariamente de suas universidades: nessa balança pesam mais o interesse pessoal de determinados estudantes pelo tema e também as novas exigências do mercado, que pedem uma adaptação urgente dos futuros profissionais, como comentou Érica.
“De uns dois ou três anos para cá, algumas poucas universidades buscam, de certa forma, ter um cuidado especial com o tema. Mas o alinhamento dos conteúdos não é feito de forma transversal, parece algo desconectado”, afirma.
Devido à grande quantidade de estudantes que passa por seu departamento rotineiramente, Ferreira da Silva traçou uma espécie de perfil daqueles que já apresentam uma relação estreita com a sustentabilidade. São jovens “embrenhados na causa”, que se sentem inquietos dentro da empresa e têm necessidade de dar vazão a suas muitas ideias.
Para o superintendente, trata-se de um caminho sem volta: “O jovem olha de um jeito diferente para a empresa que trabalha a questão da sustentabilidade. Aqueles que ainda não assimilaram isso, estudantes e empresas, representam o raciocínio de alguém que não vive no seu tempo”.
Educação para quê?
Neste momento de revisão de valores é importante tentar resgatar o sentido primeiro da educação. Há dois anos, a PUC-SP exibia um comercial anunciando que seu maior compromisso era formar jovens talentos para as grandes empresas, em uma visão instrumentalista da educação que parecia ignorar toda a sua tradição na formação de um pensamento crítico que contribuiu, entre outras coisas, para o combate à ditadura militar que assombrou o Brasil por 21 anos.
Cursos de jornalismo do País todo firmam convênios com grandes empresas de comunicação, fazendo de suas salas de aula reprodutores de manuais de redação ou escolas preparatórias de funcionários de determinado veículo. No campo da biotecnologia, a pesquisa é patrocinada pelas grandes empresas do setor, e seus resultados são diretamente incorporados aos processos produtivos. Não há tempo para formulação crítica e muito menos para algo tão usual quando se trata de estudos: a aprendizagem pelas tentativas de erro e acerto.
Os grandes problemas da atualidade, como as mudanças climáticas e seus consequentes efeitos, podem ser resolvidos por estudantes formados segundo essa lógica instrumentalista? A educação possui um valor intrínseco, que independe de qualquer utilização de ferramentas prontas.
Mas Ladislau Dowbor enxerga as faculdades “um pouco menos ‘lecionadoras’ e ‘diplomadoras’, e um pouco mais articuladoras de sistemas de conhecimento em comparação com o modelo pedagógico empregado nessas instituições no passado. E dá um exemplo: em Santa Catarina, o governador dividiu o território em 31 regiões, que tiveram seus planos de desenvolvimento montados pelas universidades regionais. Isso implica a universidade ter de conhecer seu território, e de se unir a empresas, sindicatos e organizações do terceiro setor para articular as necessidades de determinado lugar. A partir daí, ela passa a ser o centro de uma rede de interação científica, tornando-se irradiadora de conhecimento”.
De acordo com o professor, tal medida obriga os cursos a se repensarem, em consonância com as suas necessidades reais, organizando a educação para ser uma alimentadora e difusora dos conhecimentos básicos para o desenvolvimento da região, e faz com que os estudantes não mais utilizem seus diplomas como um trampolim para escapar de sua região, e, sim, como um vetor de transformação local.
Érica Gallucci entende que hoje ainda existe uma grande preocupação em formar um profissional puramente para o mercado. “Entretanto, temos de formar pessoas capazes de se autoformar continuamente. Que saibam gerir as expectativas de cada um dos atores com os quais elas fazem interface. E as universidades ainda não estão preparadas para isso.”
“A universidade está em crise. Isso ocorre porque a sociedade está em crise”, afirmava Maurício Tragtenberg. A solução dos dois casos passa pelo mesmo caminho.