As mudanças climáticas – e as suas consequências para as mais diversas partes do mundo – agitaram o final de ano durante as negociações da Conferência Global do Clima, em Copenhague. Com o fim melancólico, é bem provável que propostas extremas para resfriar a atmosfera ganhem mais projeção em 2010.
Na falta de um plano A, com compromissos vinculantes de todos os países, entram em cena as gambiarras que em nada alteram os modelos de produção e consumo.
O jornal britânico The Guardian fez uma lista com cinco dessas propostas mais estranhas, e ainda deu uma nota de “aplicabilidade” para cada uma delas. Confira abaixo.
Aerosóis estratosféricos
Essa ideia imita os efeitos de uma erupção vulcânica, que acabam por “refrescar” parte da atmosfera devido à fumaça que bloqueia raios solares. A ideia é de copiar esse efeito e espalhar compostos sulfúricos na camada mais alta da atmosfera — o que não sai tão caro quanto parece. O problemsa é que essa susbtância volta para a terra, afeta o ciclo da água e da chuva e torna os oceanos mais ácidos. Aplicabilidade de 70%.
Fertilização de Oceanos
Essa parece estar entre a mais mirabolante das ideias: jogar toneladas de ferro nos oceanos para incentivar a procriação de planctôn, que captura CO2 da atmosfera. Aplicá-la em larga escala é difícil, e encontraria barreiras em leis internacionais que tratam de resíduos em mares. A aplicabilidade de 50%.
Nuvens mais brancas
Essa pode ser uma solução mais clara do que as outras. Grandes aviões decolariam da terra firme carregados com água do mar, que então seria jogadas no céu para evaporar. Os cristais de sal remanescentes iriam branquear as nuvens, que então passariam a refletir a luz do sol de volta para o espaço. O problema é a influência que poderia causar sobre o ciclo das chuvas. Chances de sucesso: 60%.
Espelhos espaciais
Formar um grande leito de espelhos no espaço para refletir – e consequentemente bloquear – os raios solares. Além de parecer ter saído diretamente de uma das cenas de “Guerra nas Estrelas”, a ideia é extremamente cara e precisaria de uma grande logística espacial para ser colocada em prática. Aplicabilidade pequena, de 20%.
Grandes árvores artificais
Elas já são as grandes parceiras na hora de capturar carbono da atmosfera. Criar “florestas” de árvores artificiais, que capturariam dióxido de carbono do é possível mas muito caro para ser colocado em prática em uma escala plausível. Outra questão seria o que fazer com o carbono capturado – as árvores naturais usam o CO2 para sua sobrevivência, mas as artificiais não. As chances de aplicabilidade são de 40%.