O morador de Itabira (MG) José Luiz de Araújo pretendia aumentar a área útil de pedestres em uma das principais praças da cidade, melhorando a sinalização e alterando o sistema de trânsito das ruas que para ali convergem. A sua proposta ganhou visibilidade na mídia local e foi encaminhada pela prefeitura após ser apresentada no Cidade Democrática, um portal digital dedicado a cidadãos e entidades que desejam melhorar a qualidade de vida de um lugar.
O Cidade Democrática funciona como uma rede social virtual, na qual uma pessoa ou instituição se cadastra e pode registrar um problema de sua cidade. Outros participantes podem apoiar a causa, discordar, comentar ou propor soluções para aquela questão. Esse é o pontapé inicial para uma mobilização e o desenvolvimento de uma ação mais concreta.
A ideia da ONG paulistana Instituto Seva, responsável pelo portal, é utilizar a internet para estimular o exercício da cidadania e promover o diálogo entre o poder público, o setor privado e a sociedade civil.
Em Jundiaí (SP), a ausência de ciclovias foi um tópico que mereceu atenção. Depois do primeiro post inserido no Cidade Democrática, surgiram mais 70 comentários de outros interessados no debate. Essas pessoas se organizaram e levaram a reivindicação ao poder público. A prefeitura, então, prometeu revisitar, este ano, um plano cicloviário que já existia.
De acordo com Henrique Parra Filho, do Instituto Seva, o Cidade Democrática contribui para que os governos identifiquem as demandas mais atuais dos habitantes de uma região. “A plataforma consegue dar um diagnóstico dinâmico da cidade. Muitas vezes, a gestão pública não sabe como as pessoas se sentem de verdade em relação a um problema”, explica.
Desde o seu lançamento, em novembro de 2009, a rede obteve o cadastro de mil participantes e registra mais de 300 problemas e 355 propostas.