Na última segunda-feira, 15/03, o Auditório do Parque Ibirapuera hospedou o Seminário Economia Verde, uma realização da Agência de Fomento Paulista (Nossa Caixa Desenvolvimento), em conjunto com o Governo do Estado de São Paulo e a Secretaria de Meio Ambiente.
O evento se iniciou com uma apresentação emocionante do coral de jovens Guaranis, da Aldeia Tenonde Porã. Além da música e do cenário (o fundo do palco do Auditório Ibirapuera se abre para uma bela vista do Parque), o mais interessante da apresentação foi descobrir a existência de uma aldeia Guarani aqui mesmo, no Município de São Paulo. Quem passa os dias cercado de prédios e cinza nas regiões centrais da cidade nem imagina que há vida além de Interlagos.
O mote principal do encontro foi o lançamento da Linha de Financiamento Economia Verde, da Nossa Caixa Desenvolvimento, uma linha de crédito direcionada a apoiar pequenas e médias empresas interessadas em mitigar suas emissões de Gases de Efeito Estufa. Tal iniciativa é um ótimo exemplo de como o poder público pode criar incentivos econômicos de forma a estimular boas práticas do mercado.
A regulamentação mantém-se papel fundamental do setor público, mas mesmo a criação de políticas fortes deve vir acompanhada da disposição de instrumentos que ajudem o setor privado a colocar as regras em prática. É o que esta linha de financiamento representa para a Política Estadual de Mudanças Climáticas, sinalizando para a sociedade a prioridade do tema Mudanças Climáticas para o Estado de São Paulo.
Além do lançamento, o evento contou com a presença de especialistas para discutir os elementos mais importantes na criação de uma Economia Verde. Entre eles estiveram os professores Ignacy Sachs e Jose Goldemberg, o consultor Fabio Feldmann, a coordenadora adjunta do GVces Rachel Biderman e o Secretario do Verde e do Meio Ambiente Eduardo Jorge, alem do moderador convidado do evento, o jornalista Sergio Abranches.
As exposições ao longo dos painéis trouxeram à tona a necessidade do planejamento econômico a partir de um diálogo quadripartite (estado, empresários, trabalhadores e sociedade civil organizada), visando a construção de um modelo desenvolvimentista que contemple também a sustentabilidade ecológica e a inclusão social.
Com o auditório lotado, não foi possível deixar de pensar em como, há alguns anos, este tipo de diálogo seria catalisado por algumas organizações da sociedade civil e da academia e freqüentado apenas pelos “convertidos” da causa ambiental. É interessante notar como o tema evoluiu e aos poucos vem se apresentando no discurso político e no meio empresarial. Será que estamos realmente caminhando para a tão sonhada Economia Verde?
Camila Haddad