O risco Brasil virou passado, mas e o risco de ser brasileiro? O economista Ladislau Dowbor mostra que o sucesso industrial não mudou fundamentalmente a qualidade da vida social e política no País. Em edição revisitada de sua obra A Formação do Capitalismo no Brasil, Dowbor, que leciona na pósgraduação da PUC-SP, conta a história de uma economia extremamente extrovertida, que se globalizou antes da hora e praticamente mantém a enorme desigualdade social que a caracteriza desde o início – disparidade que se reduziu de forma marginal nos últimos anos.
O professor faz uma abordagem da colonização portuguesa até a relação com os Estados Unidos no século XX – passando pela dependência com a Inglaterra –, para contar a evolução da dominação econômica que o Brasil sofreu, deixando pelo caminho profundas fissuras sociais. Em sua visão, “o Brasil jamais pôde criar estruturas econômicas orientadas em função das necessidades internas, integradas e coerentes”, e é com base nessa análise que se deve buscar a chave do subdesenvolvimento atual. Ao revisitar a obra lançada primeiramente há 28 anos, Dowbor surpreendeu-se com a atualidade dos problemas que havia descrito. Publicada pela Editora Brasiliense, está nas livrarias.