“(…) Foi um tempo de alegria, coloriam o chão de amarelo das flores, a sombra era apreciada e o vento fresco constante na rua. O tempo foi passando, elas foram crescendo, desgalhando, ficando num grande porte. Depois de análises e ponderações, chegou-se à conclusão fatal: cortar, derrubar (…)”
(…) “Numa manhã ensolarada do dia 22 de fevereiro de 2010, às 7h, chegam os profissionais para o abate. As serras penetrando nos troncos, galhos caindo e, de repente, tudo no chão. Foi um momento doloroso, principalmente para quem as plantou; parecia que a seiva chorava e os meus olhos lacrimejavam (…)”
(…) “Resta agora fazer a revitalização da rua, substituí-las por outras de menor porte. Desconfio se verei as novas adultas, floridas, embelezando o ambiente, esperar mais 20 anos, será? Fica a lembrança, a saudade das 12 sibipirunas que foram as donas da minha rua por 24 anos, na esperança de as substitutas trazerem a beleza, o perfume e o oxigênio para nossos filhos e netos”.
Trechos da carta-crônica manuscrita pelo professor Antônio Braga, 68 anos, em memória às 12 árvores que plantou na rua onde mora, em São João Del Rei (MG). Que foram cortadas, pois “cresceram demais”.