Arte na serra
Em meio à Serra da Mantiqueira, na zona rural de Bragança Paulista (SP), um grupo reúne-se pelo nono ano consecutivo para fazer e celebrar a arte integrada à natureza. O Festival de Arte Serrinha será realizado de 10 a 31 de julho e fortalece seu espírito de diálogo entre as muitas formas artísticas e os públicos mais diversos: habitantes da megalópole paulistana que partem para um “retiro”, artistas oficineiros, comunidade local.
Esta edição se inspira nas experiências do modernista Flávio de Carvalho, artista que transitava em vários suportes sempre com perspectiva de transformação e evolução do conhecimento. O Festival ganhou núcleos de arte-educação, em bairros rurais vizinhos à Serrinha, para crianças e jovens participarem da festa.
Os shows serão de Tigre Dente de Sabre, Edgard Scandurra, Bárbara Eugênia e Otto. As oficinas vão ser ministradas por Fajardo, Dudi Maia Rosa, Dora Longo Bahia (artes plásticas), Caio Reisewitz (fotografia), Lucas Bambozzi e Éder Santos (videoarte), Jum Nakao (moda), Luís Melo (teatro), Lu Brites (dança), Morena Leite (gastronomia). Também tem uma mostra de cinema, a Cine Rancho, que vai apresentar O Amor Segundo B. Schianberg, de Beto Brant, É Proibido Fumar, de Anna Muylaert, e Heróis da Liberdade, de Luca Amberg. Você pode ficar hospedado na fazenda-sede do festival em quartos coletivos e aprofundar a experiência. Mais aqui.
Cinema socioambiental
O cineclube socioambiental Crisantempo é uma iniciativa pioneira. Desde 2008, a sala exibe filmes com essa temática e convida diretores, produtores, pesquisadores para um debate na Vila Madalena, em São Paulo, com entrada franca. Este ano, as exibições têm sido a cada quinta-feira às 20 horas. Onde – que não por lá – você veria o documentário que expõe as mazelas da multinacional Monsanto, os perigos do crescimento exponencial das plantações de transgênicos e a situação dos camponeses e moradores das imediações destas plantações? O cineclube promove ainda o encontro solidário Feira de Trocas uma vez por mês. Os participantes trocam entre si objetos, livros, roupas, alimentos, acessórios, CDs e DVDs. Confira a programação de junho aqui.
Olhar de dentro
Bem antes de qualquer sucesso do cinema nacional, o portal Viva Favela promovia uma ponte virtual entre o asfalto e a favela com uma equipe de jornalistas e correspondentes comunitários. Criado em julho de 2001, o Viva Favela apoia-se nas metas de inclusão digital, democratização da informação e redução da desigualdade social. Os correspondentes são moradores de favelas que atuam como repórteres, fotógrafos e produtores de conteúdo multimídia. O trabalho em parceria mostra que há muito mais para se contar sobre as favelas do que histórias de violência e narcotráfico.
Com um olhar “de dentro”, o site mostra a cultura, a criatividade das estratégias para vencer os desafios diários, o potencial para propor e operar mudanças sociais positivas. A violência também aparece – mas pela perspectiva do morador, que raramente é ouvido pela mídia tradicional.
O Viva Favela é tema do livro Notícias da Favela, de Cristiane Ramalho, (Editora Aeroplano 2007), e de um livro de fotografias homônimo lançado em 2009 em parceria com a Editora Olhares.
Livros em movimento
A Casa das Rosas, em São Paulo, acaba de se tornar a sexta zona oficial de bookcrossing no País. É simples e bacana.
Os amantes da literatura terão à disposição um espaço para compartilhar suas leituras, deixando no local os livros de que mais gostam para que outros leitores tenham contato, enquanto também podem escolher outra obra que estiver disponível no espaço e levar embora para ler. O compromisso é sempre passá-la adiante. O grande lance da ação mundial bookcrossing é manter os livros em movimento. Inicialmente, serão oferecidos cerca de 200 livros da literatura brasileira.
O casarão fica na Av. Paulista, 37. Tels.: (11) 3285-6986 e (11) 3288-9447