Histórias e ideias de quem lê Página 22
Aproximar a iniciativa privada de projetos sociais consistentes e duradouros. A carreira de Flávio Franco não começou exatamente assim, mas tem seguido esse caminho desde que ele compreendeu, primeiro, como funcionam as empresas e, depois, as organizações sociais. Com graduação em Propaganda e pós-graduação em marketing pela ESPM, Flávio Franco trabalhou por 13 anos no Grupo Pão de Açúcar com marketing esportivo e ambiental. Tendo o alpinismo por hobby e o gosto dos donos da rede varejista pelo esporte, para ele não foi difícil implementar parcerias importantes durante sua gestão. Com a Eco 92 e a reformulação no grupo, Franco partiu para a ONG WWF, em Brasília, como captador de recursos. Em seguida, foi trabalhar no Greenpeace, acrescentando mais pontos em seu entendimento do terceiro setor. Há dez anos está no Unicef – o braço da ONU para infância e juventude, como gerente de alianças corporativas. Segundo a definição de Flávio Franco, um primeiro setor.
Para ele, a década de 90 foi fundamental na transição de marketing social para responsabilidade social corporativa. “As empresas antes queriam se promover; hoje começam a perceber que as alianças são de longo prazo e você é coautor dos projetos que patrocina, tem uma visão muito mais solidária”, diz.
Apesar de o Brasil ser um dos países mais avançados na América Latina no que diz respeito à responsabilidade social, Franco acredita que ainda há muito a fazer. Por exemplo, agregar pequenas e médias empresas aos investimentos na área social e criar mecanismos de incentivo fiscal para pessoas físicas ou jurídicas que apoiam a causa.
Hoje o que está ao alcance do cidadão é destinar parte do Imposto de Renda a pagar para o Fundo da Infância e Adolescência, mas não há abatimentos ou campanhas que deixem claro que essa opção existe. No que se refere às pequenas e médias empresas, Flávio avalia que também falta informação. “Elas acham que é caro, que uma parceria com uma organização social não é para elas.”
Quer se comunicar com Flávio Franco? Escreva para ffranco@unicef.org