Nem mesmo o verão escaldante que assola boa parte dos EUA ajudou, e o projeto de lei sobre as mudanças climáticas que tramitava no Senado americano morreu em 22 de julho. O líder da maioria Democrata, senador Harry Reid, anunciou que, sem o voto de republicanos, não haveria chances de aprovar o projeto, de autoria dos senadores John Kerry e Joe Lieberman. Mesmo entre os democratas havia parlamentares contra o projeto, que alegavam efeitos à economia e à criação de empregos. Segundo Reid, um novo pacote para a área de energia – principalmente regulamentação em decorrência do vazamento de petróleo no Golfo do México – será apresentando antes de agosto.
Analistas e ambientalistas foram rápidos em apontar os culpados pela morte do projeto: republicanos, democratas e, principalmente, o presidente Barack Obama. O presidente é criticado por deixar passar a oportunidade de, diante do desastre ambiental no Golfo do México, agir decisivamente para aprovar um limite para as emissões de gases de efeito estufa. O projeto do Senado era uma versão light da lei aprovada pela Câmara no ano passado que previa um sistema de cap-and-trade para reduzir emissões. Com o recuo no Senado, todos os olhos se voltam para a Environmental Protection Agency (EPA), cujos poderes para regular gases de efeito estufa foram confirmados pela Suprema Corte americana.