Histórias e ideias de quem lê Página22
Jetro Menezes, 43 anos, começou na década de 90 as primeiras iniciativas de juntar política com preservação ambiental. Em 1993, fundou o Movimento Eco-Cultural, entidade criada para cuidar do verde e da cultura do bairro de Pirituba, distrito na Zona Noroeste de São Paulo.
Em 1995, aprendeu a fazer papel reciclado e até hoje trabalha com a matéria, proporcionando oficinas e comercialização de um kit para fazer o papel reciclado artesanal. Aprimorando os conhecimentos na área ambiental, criou sua própria consultoria para treinar e implantar programas de coleta seletiva e gestão de resíduos para empresas e municípios. De 2005 a 2007, coordenou o programa de coleta seletiva da Prefeitura de São Paulo.
A experiência no poder público lhe trouxe satisfação, mas também uma boa dose de frustração. “Falta autonomia para programas dessa natureza nas prefeituras; temos um modelo de gestão pública desgastado”, critica.
Em São Paulo, por exemplo, Jetro Menezes acredita que o programa de coleta seletiva poderia ser diferenciado pelo tamanho da cidade e número de habitantes. “Abrir o programa para as subprefeituras e descentralizar o funcionamento é o melhor caminho”, propõe. Dessa maneira, acredita, a população também estaria mais próxima das informações sobre o destino do lixo que produz e seria incentivada a colaborar.
Ainda assim, o consultor segue sua carreira no setor público, talvez pelo desafio que representa ainda hoje a condução de uma política pública na área ambiental. Jetro assumiu a diretoria de Meio Ambiente da prefeitura de Franco da Rocha (SP) e está fazendo pós-graduação em Saneamento Ambiental.
A prefeitura de Franco da Rocha acaba de aprovar um projeto na Caixa Econômica Federal para construir um galpão para a coleta seletiva. O próximo passo é formar uma cooperativa de catadores e identificar os pontos de coleta do material.