Após de cinco anos de debates, a ISO 26000 – norma internacional que orienta empresas a implementar a responsabilidade social em suas atividades – foi finalmente aprovada. Dos 99 países envolvidos nas discussões, 66 votaram a favor do documento final em 12 de setembro, representando 93% dos votos. E cinco votaram contra.
“A ISO 26000 é a primeira norma sobre responsabilidade social e sua importância é ser o mais amplo esforço até agora para chegar a uma referência comum, um consenso sobre o que significa responsabilidade social, quais são as orientações sobre como colocá-la em prática e o que esperar das organizações em relação a isso”, explica Aron Belinky, secretário-executivo do Grupo de Articulação das ONGs Brasileiras para a ISO 26000 (GAO). Segundo ele, o diferencial da nova norma é reunir temas que antes estavam muito dispersos e apresentar conteúdo inovador, sobretudo no que diz respeito aos direitos humanos e ao conceito de stakeholders.
Os países que votaram contra são Estados Unidos, Cuba, Luxemburgo, Índia e Turquia. Para Belinky, o denominador comum entre eles é o fato de esperarem que o documento fosse menos aprofundado, enquanto a norma apresentou conceitos amplos e avançados. “No entendimento deles, a norma criaria expectativas excessivas para suas empresas”, afirma.
Já no Brasil, 16 empresas e instituições se reuniram no Grupo de Trabalho do GVces para ler e analisar a ISO 26000 detalhadamente e discutir sua aplicabilidade, suas possibilidades e dificuldades. A partir daí, as organizações devem criar um relatório sobre como a norma pode ser colocada em prática e apresentá-lo em um seminário na FGV Eaesp, em dezembro.
São elas: Açúcar Guarani, AES Brasil, Amce, Anglo American, BM&FBovespa, Braskem, Instituto EDP, Itaú Unibanco, Report Comunicação, Sanofi-Aventis, Santander Brasil, Sesi/CNI, Souza Cruz, Suzano Papel e Celulose, Telefônica e Vivo.