Pesquisadores dos Estados Unidos estimaram que a produção de biocombustíveis a partir de terras ociosas no mundo poderia suprir até metade do consumo mundial de combustíveis, sem que isso afetasse as áreas de agricultura e pastagens. O estudo foi liderado pela Universidade de Illinois, em parceria com a Universidade da Flórida Central.
A análise considerou terras capazes de produzir culturas de gramíneas – utilizadas na fabricação de biofuels – com um impacto mínimo sobre o ambiente. A pesquisa classificou essas porções como “terras marginais”, aquelas com baixa produtividade, abandonadas ou degradadas, ou que, por alguma outra razão, não oferecem condições ao cultivo agrícola. A intenção de se concentrar nesses territórios foi desconsiderar da análise as porções atualmente ocupadas por plantações, pastagens ou florestas.
“As perguntas que estamos tentando responder focam o tipo de terra que pode ser usado para produzir biocombustíveis. Se nós temos terra, onde ela está e qual é sua atual cobertura?”, indaga o professor Ximing Cai, um dos líderes do estudo.
A disponibilidade das terras foi analisada com foco nas propriedades do solo, declividade do terreno e no clima das regiões. O cálculo considerou somente as áreas que poderiam ser abastecidas pela água das chuvas, portanto sem necessidade de construção de qualquer canal de irrigação.
Agora a equipe pretende estudar os possíveis efeitos das mudanças climáticas sobre o uso e a disponibilidade dos solos. “Com base nos dados históricos, temos agora uma estimativa de uso da terra, mas o clima pode mudar no futuro próximo, como resultado do aumento das emissões de gases de efeito de estufa, com consequências diretas sobre a disponibilidade dos solos”, destaca a co-autora da pesquisa, Xiao Zhang.