Histórias e ideias de quem lê Página22
Helton Rodrigo Barbosa tem uma história de persistência peculiar. Como muitos jovens, percebeu que fizera a faculdade “errada” imediatamente ao terminar o curso. No caso, Processamento de Dados. Mas, antes disso, já trabalhava no banco Bradesco, onde começou como atendente de telemarketing.
Tão logo se deu conta de que sua praia era a sustentabilidade, decidiu fazer uma pós-graduação em Gestão Ambiental nas Faculdades Integradas de São Paulo (Fisp) e outra em educação ambiental na USP. Com a intensidade dos apaixonados, despejou currículos no mercado e nada aconteceu. Até que, em 2004, o Bradesco tornou-se signatário dos Princípios do Equador – em que instituições financeiras se comprometem a analisar riscos socioambientais na concessão de crédito para grandes projetos. O banco brasileiro criou, em seguida, uma área de responsabilidade socioambiental.
Helton mandou o currículo para os responsáveis e, meses depois… nada. Decidiu então falar diretamente com aquelas pessoas. Não sem antes estudar minuciosamente o relatório ambiental do banco, em sua primeira edição. Ligou munido unicamente de informação e coragem. Fez críticas e sugestões, apontou melhorias e se posicionou. O diretor não titubeou. Levou aquele rapaz para seu grupo e, em agosto de 2006, Helton passou a integrar a equipe.
Hoje é analista de responsabilidade socioambiental do Bradesco, conduz toda a elaboração do relatório e auxilia a diretoria em outras frentes, como a de educação ambiental dentro da corporação. O banco tem uma rede de 3 mil agências espalhadas pelo País e 92 mil funcionários. A turma da gerência de responsabilidade socioambiental adotou a bicicleta para chegar ao prédio da Avenida Paulista nas sextas-feiras. “Causamos certo estranhamento ao chegar mais à vontade, com capacete, mas aos poucos as pessoas vão percebendo que faz parte do nosso programa de ecoeficiência”, diz Helton.