A tecnologia de baterias ainda tem muitos quilômetros pela frente antes de elas se tornarem pequenas, leves e baratas o suficiente, se quisermos ver automóveis elétricos rodando pelas ruas de nossas cidades algum dia no futuro. Uma novidade recém-anunciada pela americana GE promete ser um passo adiante na eletrificação de veículos pesados como frotas de ônibus e caminhões.
Em dezembro, a equipe de pesquisadores da multinacional fez uma demonstração de um ônibus híbrido que roda com um sistema duplo que conjuga uma bateria de sódio de alta densidade energética com uma bateria de lítio de alta potência. A combinação permite aos veículos pesados que atendam a parâmetros razoáveis de aceleração e quilometragem.
A maioria das baterias tem potência e capacidade de armazenamento de energia inversamente proporcionais – as de lítio têm potência o bastante para dar boa capacidade de aceleração aos veículos, mas não armazenam energia o suficiente para alcançar boa quilometragem; as de sódio fazem exatamente o contrário. O sistema da GE combina os melhores atributos de ambas.
Segundo o engenheiro elétrico e líder do projeto de pesquisa da GE, Lembit Salasoo, o preço das baterias continua sendo o principal impedimento para que a adoção dos ônibus híbridos comece a decolar. O sistema apresentado pela GE custa até 20% menos que as baterias convencionais.
“Os provedores de serviços de transporte reconhecem os benefícios de migrarem para uma frota elétrica, mas ainda estão à procura de soluções de bom custo-benefício para tornar isso possível para frotas de centenas de milhares de veículos”, resume o pesquisador.
O lançamento faz parte do projeto Ecomagination, guarda-chuva institucional sob o qual a GE vem desenvolvendo soluções para as questões ambientais da atualidade. No Brasil, o projeto pode enfrentar um desafio a mais na gestão de Dilma, caso ela dê continuidade à política de Lula de incentivar os biocombustíveis, em detrimento dos elétricos.