Histórias e ideias de quem lê Página22
O ímpeto de mudar o mundo é guia para muitos que se dedicam ao campo da sustentabilidade. Não foi muito diferente com Narjara Thamiz. Graduada em Psicologia, quando concluiu o curso tratou de buscar atividades que envolvessem gestão de pessoas e consultoria em projetos sociais. Havia, contudo, uma sensação de estar só no propósito da transformação.
Em viagem ao Chile, tomou contato com o pensamento sistêmico de Humberto Maturana. “Ele revolucionou minha maneira de enxergar a percepção humana, o relacionamento entre as pessoas, as formações sociais, a cultura. Fui estudar com ele, minha primeira grande mudança”, conta Narjara, que, a partir daí, viu que não estava só. Mas que, para mudar o entorno, primeiro, deveria olhar para si mesma.
Na busca pessoal e profissional para melhor se posicionar no mundo, a psicóloga voltou ao Brasil e criou uma consultoria para gestão de pessoas e estratégias. A ideia era mobilizar o talento das pessoas dentro das organizações. “Mas aí descobri que a maioria das pessoas estava infeliz, não se enxergava no que fazia, estava desconectada com o trabalho”, relata.
Após um ano sabático de estudos na França, Narjara dirigiu seu foco para a sustentabilidade nas organizações. “Vi que se tratava exatamente da maneira como nos relacionamos conosco, primeiro, e como expandimos isso para o mundo. Então me dediquei a criar processos para reconexão com este sentido humano da sustentabilidade.”
A CoCriar surgiu nesse contexto e do encontro com as pessoas com quem viria a se associar, no ano passado. “Buscando processos e espaços para que as pessoas realmente se encontrem no meio corporativo, eu sinto que estou colaborando para o mundo e para o futuro. Porque o que faz uma empresa ser ou não sustentável é a maneira como ela consegue conservar as relações, os laços humanos dentro e fora dela”, afirma.