Um combustível nuclear abundante em várias regiões do planeta, sem possibilidades de ser transformado em arma de guerra durante o seu beneficiamento e gerador de um resíduo tóxico que, em vez milhares de anos, leva centenas para se decompor.
As condições não são perfeitas, mas os chineses estão percebendo como o tório, elemento levemente radioativo, pode ser usado como combustível para a geração de eletricidade.
A Academia Nacional de Ciências da China acaba de anunciar a realização de pesquisas no setor, combinadas a investimentos privados que, segundo o jornal britânico The Guardian, envolveriam a construção do protótipo de um reator de tório flúor líquido (LFTR, em inglês), capaz de iniciar suas operações já em cinco anos.
A tecnologia do LFTR foi desenvolvida pelos Estados Unidos durante as décadas 50 e 60. Entre outros benefícios, ela possibilitava a construção de reatores menores que os de urânio, além de poder trabalhar a pressões mais baixas, diminuindo o risco de acidentes catastróficos. Mas a pesquisa foi abandonada pelos americanos, provavelmente porque não oferecia potencial para produzir armas nucleares.
O anúncio dos estudos chineses sobre o LFTR pode representar o embrião de um novo tipo de corrida nuclear. Segundo o especialista em tório Kirk Sorensen, o projeto “visa não só desenvolver a tecnologia, mas garantir os direitos de propriedade intelectual para a sua implementação”.
Sorensen estima que cerca de 5. 500 toneladas de tório possam produzir o equivalente à quantidade de energia consumida por todo o planeta em um ano.
*Com informações do jornal The Guardian.