Às compras
Duas tacadas em abril foram suficientes para situar a CPFL Energia como líder em renováveis no Brasil. A primeira foi a compra por R$ 1,5 bilhão da Siif Énergies, que detém quatro parques eólicos em operação no Ceará, com capacidade de 210 MW e projetos no Ceará e no Piauí com 732 MW.
Negócio de gente grande
Mais audaciosa ainda foi a associação com a Ersa, anunciada no dia 19. A nova companhia chama-se CPFL Energias Renováveis, com ativos de R$ 4,5 bilhões, que incluirão os da Siif Énergies. Possui 648 MW em operação com pequenas centrais hidrelétricas, usinas eólicas e termelétricas a biomassa, 386 MW em construção e 3.341 MW em projetos.
Teoria sem prática?
Investigações do Ministério Público Federal (MPF) revelaram nas últimas semanas um cipoal de incoerências entre discurso e atuação socioambiental de bancos públicos e frigoríficos na Amazônia.
Não foi comigo
No Pará, o MPF ajuizou em 31 de março ações civis públicas contra o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Brasil, por terem concedido dinheiro público a fazendas com irregularidades ambientais e trabalhistas. O Basa fingiu que não era com ele. Já o BB de início refutou irregularidades, no entanto…
…meia-volta, volver!
Uma semana depois, o diretor de crédito do BB, Walter Maliene Júnior, admitiu problemas e anunciou correções em conversa com o cientista político Sérgio Abranches (ver post de 7 de abril). Resta ao banco oficializar a conversa tida com Abranches.
Não quero confusão
Com outros 13 frigoríficos, a JBS tornou-se ré em ação movida pelo MPF do Acre, que os acusa de comprar carne de fazendas com trabalho escravo e desmatamento ilegal. Após contestar as acusações, a JBS aceitou assinar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPF, para reiterar que exclui fornecedores com problemas ambientais e trabalhistas.
Esforço bem-vindo
Há muita controvérsia sobre a inclusão da fonte nuclear nos estudos da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre renováveis. Mas é notável o esforço que vem empreendendo para traçar cenários de baixo carbono. Em abril, a AIE publicou dois relatórios sobre o assunto: o Clean Energy Progress Report e o Biofuels for Transport (ambos aqui).
Fim dos subsídios à energia suja
O documento da AIE sobre energia limpa defende políticas mais agressivas para impulsioná-la, tais como a remoção de subsídios aos combustíveis fósseis. Embora comemore avanços, o relatório lamenta que a porção renovável da matriz elétrica mundial cresceu em média 2,7% ao ano desde 1990, abaixo dos 3% da geração elétrica total.
Será que dá?
No segundo relatório, a AIE mostra que seria possível ampliar a participação dos biocombustíveis de 2% para 27% no suprimento de combustíveis ao setor de transporte em 2050. E sem afetar a segurança alimentar. Palavra da agência.
Mais transparente
Para estimular a transparência, o questionário que guia a composição do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) terá incluída pergunta sobre a possibilidade de a empresa divulgar suas respostas. A aceitação valerá pontos para a empresa.
Novo fundo baseado no ISE
Por um ano, o Itaú Unibanco terá exclusividade para operar fundos de índice referenciados no ISE e no Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT) na Bolsa paulista. Foi promovida uma concorrência para escolher o gestor dos dois fundos.
Na era dos ETFs “
undo de índice” é o nome em português do Exchange-Traded Fund (ETF). Diferentemente dos tradicionais fundos mútuos, as cotas do ETF pagam dividendos, têm menor tributação e podem ser negociadas a qualquer momento na Bolsa.