Histórias e ideias de quem lê Página22
De Brasília, a engenheira ambiental Flávia Gabriela Oyo França ganhou o mundo. Partindo de uma ideia original de trabalhar com reciclagem de garrafas PET, ela foi parar na Alemanha, em busca de um mestrado em governança ambiental. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? “Sair do local para o global, juntar as ciências exatas com uma visão social de políticas públicas, ampliar”, explica.
Flávia defendeu sua dissertação em governança ambiental sobre os projetos de infraestrutura na Amazônia. Ao voltar para o Brasil, ingressou no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), onde ampliou a atuação em mudanças climáticas e vivenciou na prática ações entre as comunidades tradicionais e povos indígenas. Em fevereiro de 2010 foi para a Construtora Norberto Odebrecht integrar a equipe do programa de sustentabilidade da companhia, mais especificamente no que diz respeito a mudanças climáticas.
“O programa foi criado para orientar o desenvolvimento da cultura interna sobre o tema das mudanças globais do clima, a adoção de práticas empresariais e a conquista de novas oportunidades de negócios, sintonizando a empresa com a economia de baixo carbono”, conta a engenheira.
São três linhas de atuação: inventário de gases de efeito estufa, estratégias e programas de melhoria do balanço de emissões e busca de oportunidades no mercado de carbono. Neste caso, para os seus clientes, agregando valor à cadeia do negócio.
Flávia tem uma visão crítica, porém otimista, sobre a aplicação dos conhecimentos na área de sustentabilidade. “Não existe uma receita de bolo para juntar as pontas, universidade e prática, é um exercício diário difundir e somar o conhecimento acadêmico às competências já desenvolvidas em busca do modelo ótimo de sustentabilidade”, afirma ela.
Na sua opinião, os avanços na tecnologia e toda a temática que está em voga traz oportunidades de ampliação do escopo das empresas e benefícios para as comunidades envolvidas. “Percebo que as empresas estão se engajando nessa busca não só pela questão de mercado, mas, principalmente, pelos aspectos ambientais, éticos e humanos.”