Histórias e ideias de quem lê Página22
Em 1992 ela contava 5 anos e, logicamente, ficou bem longe das discussões da Eco 92. Agora, a jovem leitora pretende fazer parte do movimento por uma Rio+20 com resultados efetivos. “Apesar de muita gente não acreditar na conferência, acredito que nós, sociedade civil, podemos fazer a pressão necessária para que surjam bons resultados”, afirma Gabriela Juns. Ativista desde a adolescência, a paulistana de 25 anos não é de entregar a batalha. “Eu acredito sempre e acho que o envolvimento das pessoas é fundamental para conseguirmos o que queremos”, defende.
Ela, ex-integrante do Greenpeace no Brasil e que participou de várias manifestações, gosta mesmo é de trabalhar nos bastidores, na sustentação das atividades de frente de mobilização. O último grande desafio foi participar da campanha de Marina Silva à Presidência da república, em 2010, quando ofereceu sua experiência como designer gráfica ao movimento que levava o nome da candidata. Ao final da campanha, voltou a trabalhar na criação de um curso de ativismo, em são Paulo, que hoje já conta com 75 alunos. (mais em nota “ativismo se aprende em aula?”)
Seu próximo front será no Rio de Janeiro, em junho de 2012. As decepções recentes nas últimas COPs não abalaram a confiança de Gabriela na Conferência das Nações Unidas. Mas a ativista acredita que o sucesso do evento ou a construção de proposições interessantes ao final encontro deve ser, fundamentalmente, incentivar e dar apoio a iniciativas de mobilização paralelas à programação formal. “Não devemos ficar presos à agenda oficial, senão corremos o risco de nos decepcionar novamente”, justifica.
A seu ver, o cenário em 1992 era mais propício a mudanças. “Havia muito otimismo. Dava para fazer metas e planos, mas hoje a desilusão tomou conta de muita gente.” Nem por isso deve-se dar à conferência por perdida antes mesmo de começar. “Sou jovem e acredito que sempre dá, juntando forças e mobilizando as pessoas.”
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