Queremos mais
A exposição em homenagem a Miles Davis chega ao Sesc Pinheiros, em São Paulo, a partir de 19 de outubro. Página22 esteve, antes, no Centro Cultural Banco do Brasil carioca para conferir a mostra internacional que reconstruiu a trajetória do artista em música e imagens.
Nascido em 1926, Miles Dewey Davis Jr. revolucionou o jazz, refinando as diversas etapas de transformação do gênero ao longo da segunda metade do século. Morreu envolto na lenda que ele próprio construiu e alimentou há exatos 20 anos. Concebida pela Cité de la Musique de Paris, e organizada com o apoio da família e dos gestores da obra do artista, a exposição Queremos Miles – Miles Davis, lenda do jazz traça o percurso desde a cidade de sua infância, East St. Louis, Illinois, até os últimos anos, com fama planetária.
A superprodução é dividida em oito sequências temáticas, com documentos, objetos e os deliciosos flagrantes em estúdio – com Herbie Hancock, Charlie Parker, John Coltrane e Wayne Shorter, entre outros. Um sistema cenográfico original permite a fruição da música de Miles Davis em suas diversas fases. Em seis instalações batizadas de surdinas, você pode sentar-se e apreciar a beleza e a loucura da lenda.
BANDÃO PARA TODOS
Misture ar livre, despretensão, sábado de manhã, empenho, satisfação, Pedra da Gávea e música. Aí está o Bandão da Escola Portátil de Música, no Rio de Janeiro. Um ensaio aberto que se tornou o melhor programa grátis do sábado depois de um boca a boca charmoso. O evento se dá em um palco natural, na encosta da Pedra da Gávea, dentro da Universidade Federal do Rio. Comparece quem quer, entre os alunos da Escola, que ali executam clássicos da música brasileira. O grupo é curioso, muitas faixas etárias, formações distintas, em comum a paixão pela música, algumas vezes exercitada já na terceira idade.
A Escola Portátil foi criada em 2000 com cerca de 50 alunos na Sala Funarte, e agora são mil alunos de flauta, clarinete, saxofone, trompete, violão, cavaquinho e vários outros instrumentos, além de teoria musical, harmonia, arranjo, uma oferta para democratizar o ensino da música. O custo é subsidiado pela UniRio, há bolsas integrais e as inscrições são abertas sempre em dezembro para o ano letivo seguinte. O ensaio do Bandão é livre e irrestrito.
FLAGRANTES DO TEMPO
O livro Flagrantes do Tempo – Poema-reportagem na Pauliceia, de Luciana Tonelli, traz andanças por São Paulo dessa mineira que viu “atrás do morro” e nos conta em fôlego potente e rebelde suas impressões sobre a falta de tempo, nosso drama diário primordial, e a lógica do modus operandi pós-moderno, da qual a capital paulista é ícone.
Seus apontamentos no Metrô são pílulas críticas e bem- humoradas dos dispositivos tão inerentes a cada um que um respiro fora do esquema já soa alívio. As personagens femininas no limite da lucidez/loucura recebem uma homenagem vigorosa. Os poemanifestos são uma beleza, dá vontade de pregar na parede de casa como um lembrete do que vale a pena.
O projeto do livro nasceu do seu mal-estar com os ritmos do mundo, conta Luciana na apresentação. “Os poemas nascem na dureza do kronos que estamos mergulhados em contraposição ao tempo kairos, da fruição e da viagem.” Mais informações em editorapeiropolis.com.br (leia sobre kronos e kairos na reportagem “Ser de Fronteira”)
PRÊMIO VERDE PARA A FOTOGRAFIA
O fotógrafo de natureza Fabio Colombini, 46, recebeu o Prêmio Verde das Américas 2011 por sua contribuição ao desenvolvimento e a preservação ambiental. Esta é a primeira vez que um fotógrafo recebe o prêmio, com foco na educação, arte e cultura.
“A fotografia de natureza é um trabalho que exige muitos esforços e nasce do amor pela natureza. E quem vê uma imagem dessas – rápida na comunicação – desenvolve esse amor também, o que é fundamental para mudança de pensamento e base de qualquer movimento de preservação”, diz Colombini, com 25 anos dedicados ao trabalho. Suas fotos ilustram mais de 3.500 livros, calendários, guias, revistas nacionais e estrangeiras, além de constarem dos acervos do Instituto Moreira Salles e do Instituto Itaú Cultural.[:en]Queremos mais
A exposição em homenagem a Miles Davis chega ao Sesc Pinheiros, em São Paulo, a partir de 19 de outubro. Página22 esteve, antes, no Centro Cultural Banco do Brasil carioca para conferir a mostra internacional que reconstruiu a trajetória do artista em música e imagens.
Nascido em 1926, Miles Dewey Davis Jr. revolucionou o jazz, refinando as diversas etapas de transformação do gênero ao longo da segunda metade do século. Morreu envolto na lenda que ele próprio construiu e alimentou há exatos 20 anos. Concebida pela Cité de la Musique de Paris, e organizada com o apoio da família e dos gestores da obra do artista, a exposição Queremos Miles – Miles Davis, lenda do jazz traça o percurso desde a cidade de sua infância, East St. Louis, Illinois, até os últimos anos, com fama planetária.
A superprodução é dividida em oito sequências temáticas, com documentos, objetos e os deliciosos flagrantes em estúdio – com Herbie Hancock, Charlie Parker, John Coltrane e Wayne Shorter, entre outros. Um sistema cenográfico original permite a fruição da música de Miles Davis em suas diversas fases. Em seis instalações batizadas de surdinas, você pode sentar-se e apreciar a beleza e a loucura da lenda.
BANDÃO PARA TODOS
Misture ar livre, despretensão, sábado de manhã, empenho, satisfação, Pedra da Gávea e música. Aí está o Bandão da Escola Portátil de Música, no Rio de Janeiro. Um ensaio aberto que se tornou o melhor programa grátis do sábado depois de um boca a boca charmoso. O evento se dá em um palco natural, na encosta da Pedra da Gávea, dentro da Universidade Federal do Rio. Comparece quem quer, entre os alunos da Escola, que ali executam clássicos da música brasileira. O grupo é curioso, muitas faixas etárias, formações distintas, em comum a paixão pela música, algumas vezes exercitada já na terceira idade.
A Escola Portátil foi criada em 2000 com cerca de 50 alunos na Sala Funarte, e agora são mil alunos de flauta, clarinete, saxofone, trompete, violão, cavaquinho e vários outros instrumentos, além de teoria musical, harmonia, arranjo, uma oferta para democratizar o ensino da música. O custo é subsidiado pela UniRio, há bolsas integrais e as inscrições são abertas sempre em dezembro para o ano letivo seguinte. O ensaio do Bandão é livre e irrestrito.
FLAGRANTES DO TEMPO
O livro Flagrantes do Tempo – Poema-reportagem na Pauliceia, de Luciana Tonelli, traz andanças por São Paulo dessa mineira que viu “atrás do morro” e nos conta em fôlego potente e rebelde suas impressões sobre a falta de tempo, nosso drama diário primordial, e a lógica do modus operandi pós-moderno, da qual a capital paulista é ícone.
Seus apontamentos no Metrô são pílulas críticas e bem- humoradas dos dispositivos tão inerentes a cada um que um respiro fora do esquema já soa alívio. As personagens femininas no limite da lucidez/loucura recebem uma homenagem vigorosa. Os poemanifestos são uma beleza, dá vontade de pregar na parede de casa como um lembrete do que vale a pena.
O projeto do livro nasceu do seu mal-estar com os ritmos do mundo, conta Luciana na apresentação. “Os poemas nascem na dureza do kronos que estamos mergulhados em contraposição ao tempo kairos, da fruição e da viagem.” Mais informações em editorapeiropolis.com.br (leia sobre kronos e kairos na reportagem “Ser de Fronteira”)
PRÊMIO VERDE PARA A FOTOGRAFIA
O fotógrafo de natureza Fabio Colombini, 46, recebeu o Prêmio Verde das Américas 2011 por sua contribuição ao desenvolvimento e a preservação ambiental. Esta é a primeira vez que um fotógrafo recebe o prêmio, com foco na educação, arte e cultura.
“A fotografia de natureza é um trabalho que exige muitos esforços e nasce do amor pela natureza. E quem vê uma imagem dessas – rápida na comunicação – desenvolve esse amor também, o que é fundamental para mudança de pensamento e base de qualquer movimento de preservação”, diz Colombini, com 25 anos dedicados ao trabalho. Suas fotos ilustram mais de 3.500 livros, calendários, guias, revistas nacionais e estrangeiras, além de constarem dos acervos do Instituto Moreira Salles e do Instituto Itaú Cultural.