O que haverá por trás de tanta beleza gratuita neste Rio de Janeiro? Seria suficiente para um relacionamento agradável, não fosse todo o contraste social? Nesse movimento ondular em todas partes – no calçadão da Zona Sul, morros, bundas e marés – o Rio não parece oferecer mistério. É dado, afeito a, predisposto, desfrutável.
O movimento é a matéria-prima das fotos de Marina Faria, feitas com câmeras Lomo, com efeitos sequenciais em três e quatro frames. Em dois segundos, quatro fotos. No lugar das cores gritantes de Ipanema, predomínio de cinza, com nuances.
Como sede da Rio+20, a cidade acolhe outra vez o centro do debate de uma vida possível para um futuro que exista. Quem sabe as ondas não tenham a acrescentar nessa discussão, que seja o avanço e o movimento, 20 anos depois. Longe do clichê solar, mas sobre reais expectativas e atitudes construídas e emolduradas por uma cena rara e bela