Histórias e ideias de quem lê Página22
As ações e convicções da paulistana de Thais Lopes Monteiro já a direcionavam para a sustentabilidade desde a adolescência. mas só na universidade descobriu a palavra que veio concretizar tudo aquilo. Em meio a notícias e conversas, ela se incomodava com o desmatamento da Amazônia e o descaso com a preservação da biodiversidade. “Sentia um misto de bagunça e comodismo com o meio ambiente e queria agir para que aquilo não continuasse.” em 2006, ingressou na escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, no curso de Gestão Ambiental.
Descobriu, no seu ano de caloura, os impactos da pecuária no meio ambiente e no bem-estar animal. Tornou-se vegetariana. “Quando me dizem que o homem está no topo da cadeia alimentar e que por isso é natural comer carne, argumento que a forma como o gado é tratado hoje – do seu nascimento ao abate – é que não é natural. É cruel”, diz.
Chegada a hora de trabalhar, Thais foi atuar com educação ambiental. o primeiro estágio foi no Parque municipal Severo Gomes, na Zona Sul de São Paulo, por dois anos. Um parque que, de tão pequeno, se parece com uma praça, mas por onde passa um rio de águas cristalinas que contrastam com o meio urbano. Lá, Thais instruía estudantes da rede pública em visitas e atividades. Falava de preservação, reciclagem, alimentação orgânica e botânica.
A grande motivação do trabalho era ensinar quem estava em fase de formação de hábitos e valores. “Percebi que podia não mudar um grupo, mas uma ou duas crianças sempre levavam aprendizados para casa. educação ambiental é um trabalho de formiguinha.”
No ano passado, Thais fez uma viagem ao Pará, onde tem parentes. Foi sua vez, então, de voltar para casa com ensinamentos, depois de conhecer uma comunidade que vive do manejo de madeira. Hoje, só compra madeira certificada. “mesmo em São Paulo, minhas mãos estão lá na Amazônia de alguma forma”, diz.
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