O consenso em torno da urgência de uma nova economia, que opere dentro dos limites da natureza, parece cada vez mais consistente. O problema que se apresenta agora é decidir como pôr a ideia em prática. O 2º Seminário Nacional sobre Economia Verde – Diálogos Nacionais, realizado nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo, deu uma mostra disso. O objetivo do evento era validar um quadro referencial com definições de conceito, princípios e prioridades para a transição da economia para uma plataforma mais sustentável e propor um conjunto de ações para materializar essa transição. Os 120 presentes, entre representantes de organizações não governamentais, governos e empresas, chegaram quase lá. Os dois dias de discussão foram ricos, algumas vezes acalorados, mas não conseguiram elaborar um mapa em escala miúda.
Aron Belinky, coordenador de relações internacionais do Vitae Civilis e organizador do evento, reconheceu que a discussão aconteceu de forma mais conceitual do que propositiva, mas apontou que não se trata de abstrações. “Esse é um processo de design do que queremos. Não estamos apenas sonhando com uma casa, estamos pensando em como construí-la”.
O quadro referencial discutido havia sido rascunhado no primeiro seminário, em novembro de 2010, e as propostas de ação resultaram de quatro seminários regionais ocorridos ao longo deste ano. Ambos são a base para o documento encaminhado para o comitê preparatório da Rio+20, como contribuição brasileira ligada à Green Economy Coalition, iniciativa da qual o Vitae Civilis é o braço no Brasil.