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Para quem se deliciava com carne malpassada e comia um terço de copo de requeijão num só pão, virar vegano não seria fácil. Ainda assim, o biólogo Guilherme Carvalho mudou o comportamentos ao se envolver com direitos dos animais e se dar conta de questões para além do seu paladar.
Desde 2009, o recifense é o representante ONG Humane Society International, que no Brasil defende o bem-estar do gado e de aves criados pela indústria alimentícia. Guilherme foi convidado depois que a organização assistiu ao vídeo que produziu: Atave – A avicultura Escancarada no qual registrou as más condições em que são criadas e abatidas as galinhas em Pernambuco. A partir disso, já convenceu sete restaurantes – inclusive o do escritório do Google em Belo Horizonte – a só comprar ovos caipiras, produzidos por aves que não vivem engaioladas e em situação desumana.
Atualmente, ele recolhe assinaturas para criar uma lei que melhore as condições de vida dos animais criados para consumo.
Guilherme considera que mudar os métodos de produção nas granjas brasileiras é uma batalha difícil, assim como pregar o vegetarianismo. “Todo mundo é a favor do bem-estar das araras e das baleias, mas, quando falo dos animais de produção, toco na questão da nossa alimentação e torna-se mais difícil sensibilizar”. Por isso, defende a redução do consumo. “O consumo de derivados de animais não precisar ser um ‘tudo ou nada’. Se nós reduzíssemos em 50%, seria como se metade das pessoas fosse vegetariana”, diz.
Conclui que, independentemente de ser a defesa do bem-estar humano, das florestas ou dos animais, “a palavra sustentabilidade poderia ser trocada por justiça, porque, no fundo, todos queremos uma sociedade mais ética”.
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