Foi desta forma que a Andi avaliou a cobertura jornalística da proposta de um novo Código Florestal entre 1º de abril e 15 de junho. A organização, especializada em análise e monitoramento de mídia, ponderou que, nas mais de 900 reportagens avaliadas, em 14 jornais diários de abrangência regional e nacional, prevaleceu o interesse pelos desdobramentos políticos, tais como as articulações do deputado Aldo Rebelo e a divisão da base aliada do governo federal na Câmara dos Deputados. Esse foi o foco para 60% dos textos, segundo a Andi. Menos frequentes foram as reportagens que tinham como tema principal os aspectos técnicos e científicos das propostas apresentadas para a reforma do Código Florestal, mais atentas à política ambiental que ao ambiente político.
A entidade avalia como positivo o fato de que 52,4% dos textos apresentam mais de uma fonte e 45% contaram com opiniões divergentes. No entanto, os autores da análise criticam o que consideram “relativização” do conceito de sustentabilidade. “Mesmo registrando que as principais opiniões técnicas posicionavam-se contra o Código, em vários momentos as redações deixaram de ressaltar a sustentabilidade como ‘interesse superior’ da política em debate e tampouco fizeram a defesa desse princípio.” A crítica nos remete a questionar se a sustentabilidade não deveria se tornar um valor estruturante – e não relativizável – do jornalismo, tal como a democracia ou o trato decoroso com a coisa pública. A íntegra do relatório A Reforma do Código Florestal na Imprensa Brasileira está disponível em andi.org.br.