No lado indigesto da equação, Obama cede a pressões do lobby dos fósseis com o olho na feroz batalha que enfrentará em 2012 por sua reeleição. É o que comprovam duas decisões tomadas ao longo de 2011. A mais recente foi o anúncio, no início de novembro passado, da proposta de exploração de petróleo e gás em áreas de alto-mar nas costas do Ártico e do Golfo do México para o período 2012-2017.
A decisão que está gerando mais desgaste nas relações com o movimento ambientalista é o congelamento até 2013 do plano da Agência de Proteção Ambiental (EPA) para tornar mais estritos os padrões de ozônio na baixa atmosfera, principal responsável pela formação do perigoso smog nas grandes cidades. No início de setembro, Obama desautorizou publicamente a combativa diretora da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Lisa Jackson, que ele mesmo nomeou para o cargo em 2009.
O pito na principal executiva da EPA foi visto como capitulação ao intenso lobby da indústria do carvão – que propagou à opinião pública americana perdas de milhões de dólares e milhares de empregos se a proposta da agência fosse levada a cabo. Em editorial publicado em 17 de novembro sobre a medida, o jornal The New York Times, também costumeiro aliado dos democratas, enunciou que “Obama deveria deixar a ciência e a saúde pública, e não seus prospectos eleitorais, serem seu guia”.