Na última quarta-feira, 14 de dezembro, morreu no Rio de Janeiro um economista apaixonado pela cidade onde passou boa parte de sua vida. André Urani, apesar de ter nascido em Turim, na Itália, se dedicou a estudar o Brasil, principalmente a economia carioca e as relações de trabalho.
Seu currículo é extenso e reflete a relevância de sua atuação. Entre 1992 e 1996, foi pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e de 1997 até 2000, Secretário Municipal do Trabalho da Cidade do Rio de Janeiro e presidente do Conselho da Administração do Fundo de Desenvolvimento Econômico e de Trabalho do Rio. Urani participou de conselhos de administração de empresas, como Brasil Telecom e Planet Finance Brasil.
Nesse ano, junto a Fabio Giambiagi, também economista, Urani lançou o livro Rio: a hora da virada, em que reúne artigos de vários autores que abordam como a cidade poderia tirar proveito da Copa e das Olimpíadas.
Na edição 39, Página22 entrevistou o economista, que falou sobre a reinvenção das cidades brasileiras, como o Rio e São Paulo, que se desindustrializaram, perderam a identidade e agora precisam descobrir uma nova vocação. Ele propôs até a criação de uma megalópole entre as duas cidades que seria um “portal de conceitos e ideias brasileiras para o mundo”. A vantagem seria a criação de instâncias de governança compartilhada e o o efeito de desinchar metrópoles, com uma ocupação de cidades intermediárias de forma ordenada, preservando ativos ambientais, como os resquícios de Mata Atlântica fundamentais para a diversidade da fauna e flora. “Poderemos nos posicionar no mundo de um modo competitivo em setores estratégicos”, disse. Leia a entrevista completa.