É a proposta da campanha “Veta Dilma”, para que não seja aprovado o texto do novo Código Florestal
“Vamos para as ruas e vamos entupir o Palácio do Planalto de cartas e e-mails para que a presidenta Dilma honre seus compromissos, se não conosco, com as gerações futuras” propôs João Pedro Stédile, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra e da Via Campesina, durante um evento do Fórum Social Temático, no dia 26 de janeiro, que reuniu várias lideranças para debater o Código Florestal
Ele se referia à campanha “Veta Dilma”, organizada por ONGs e ambientalistas que já angariou 76.500 assinaturas em uma mensagem endereçada à presidente para que ela não aprove o novo Código.
Quando concorria ao posto de presidente, Dilma prometeu não aprovar leis que favorecessem o desmatamento no País. “As mudanças propostas são para liberar a apropriação privada da nossa biodiversidade, pois anistiam a todas as agressões praticadas e abre margem para mais desmatamentos”, disse Stédile.
No mesmo encontro do FSM, a nova secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, lembrou que os movimentos sociais até tentaram discutir melhorias no texto do Código durante a tramitação no Congresso, mas não obtiveram êxito. “O substitutivo foi feito às escuras e as contribuições dadas pela ciência e pelo movimento social foram ignoradas”, afirmou.
Já a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lembrou que pesquisas mostraram que 80% da população não aprova o Código e, mesmo assim, 80% dos parlamentares o apoiaram. “A presidente se comprometeu, de próprio punho, a vetar a anistia a desmatamentos e projetos que promovam mais desmatamento. Se houver mobilização popular, ela se sentirá respaldada para vetar”, disse Marina.
O universitário e o líder estudantil, Rodolfo Mohr, afirmou que os estudantes brasileiros estão prontos para saírem às ruas e exigir que a presidente vete o Código. “Temos assistido, nos últimos governos, à traição sistemática de compromissos populares feitos nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, por causa de acordos com bancários e com o agronegócio. Só com pressão Dilma vai cumprir suas promessas”, disse.
Em novembro, Roberto Smeraldi, diretor da OSCIP Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, escreveu sobre o texto aprovado pelo Senado e que agora irá passar pelo Congresso e pela presidente.