UaiPhone
Onde se cruzam o tráfico de mão de obra boliviana e uma nova linguagem fotográfica? Foi a partir da brilhante reportagem iphonográfica de Antônio Gaudério à Bolívia, em 2007, que um grupo de fotógrafos mineiros percebeu ali experiência a ser explorada. Gaudério levou apenas o celular para registrar o esquema ilegal de exploração dos bolivianos. Andarilhos urbanos que nos tornamos, câmeras e lentes grandes não só são inconvenientes em reportagens investigativas como afugentam tentativas de apreender as sutilezas do dia a dia. O iPhone é – também – a nova Kodak e, assim, mais acessível, uma alternativa para flagras e uma retórica aventureira.
Bruno Figueiredo, Netun Lima e Emmanuel Pinheiro passaram as experimentar e registrar suas imagens iPhônicas e a repercussão foi boa. Hoje são 28 fotógrafos em quatro países partilhando o projeto que manteve a mineiridade só no prefixo. Além da onda de popularização da fotografia, Bruno aposta que novas tecnologias são terrenos férteis de inovação (e retomadas?).
O grupo tem exibido ensaios em festivais de fotografia, publicado em revistas especializadas e, este mês, debate o tema na segunda edição do Foto em Pauta, em Tiradentes, Minas Gerais. Para alimentar a conversa, três experiências, no mínimo, instigantes:
– flickr.com/photos/basetrack – Três fotógrafos acompanharam tropas norte-americanas no Afeganistão e divulgavam o conteúdo gratuitamente, com a ideia de jornalismo free source.
– Damon Winter, fotógrafo do The New York Times, também acompanhou soldados dos EUA no Afeganistão usando o iPhone e ficou em terceiro lugar no prêmio Pictures of The Year International.
– Park Chan-wook, conhecido diretor de cinema sul-coreano, gravou seu último curta-metragem, Paranmanjang, usando apenas iPhones como câmeras.
A CIDADE É UMA SÓ?
O dinheiro veio de um edital para comemoração dos 50 anos de Brasília. E o cineasta Adirley Queirós, criado na Ceilândia, conseguiu fazer um filmaço desconstruindo a ideia de unidade da capital brasileira e, sem perder o humor jamais, colocou o dedo na ferida de como se formou a periferia de lá, assim como a daqui, assim como a de qualquer lugar. Tomara que A Cidade É uma Só? encontre espaço nos cinemas comerciais.
UMA DÉCADA DE RESPIRO
Os 10 anos do coletivo Poro são comemorados em grande estilo com o lançamento do livro Intervalo, respiro, pequenos deslocamentos, um apanhado da produção artística, intervenções urbanas e proposições políticas realizados pelo coletivo mineiro entre 2002 e 2010.
Formado por Brígida Campbell e Marcelo Terça-Nada!, o Poro produz ações efêmeras e trocas simbólicas nas cidades, atuando tanto no espaço institucional quanto no espaço não institucional. Na foto, por exemplo, vemos o trabalho Faixas de Antissinalização, realizado desde 2009, em Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília.
Além da comemoração de ações persistentes e independentes que marcam a trajetória da dupla, o livro é uma oportunidade boa para uma discussão ampliada sobre ações artísticas que promovem a percepção sobre o espaço público, cidade, patrimônio, memória, trabalho colaborativo e relações entre arte e política.
O leitor verá uma extensa coleção de imagens dos trabalhos do Poro, mas também textos inéditos, escritos por diversos autores, que contribuem com olhares e transbordamentos vindos de diferentes áreas: arquitetura, urbanismo, poesia, comunicação, história social, ativismo, artes visuais.
Fique atento a datas de lançamento no site: poro.redezero.org/livro.
NÃO PENSO. IMAGINO E FAÇO
Três videozinhos gigantes fazem parte de um projeto maior, um curta-metragem chamado Thomas Tristonho. Mas eles têm vida própria e, em separado, vemos artistas muito legais e sinceros. Enquanto aparecem alguns de seus trabalhos, ouvimos uma conversa boa sobre tristeza, desenho, alegria, desemprego, miniaturas, beleza e outras coisas do balaio de gatos da existência. Vai lá: oqueetristezapravoce.com.br.[:en]UaiPhone
Onde se cruzam o tráfico de mão de obra boliviana e uma nova linguagem fotográfica? Foi a partir da brilhante reportagem iphonográfica de Antônio Gaudério à Bolívia, em 2007, que um grupo de fotógrafos mineiros percebeu ali experiência a ser explorada. Gaudério levou apenas o celular para registrar o esquema ilegal de exploração dos bolivianos. Andarilhos urbanos que nos tornamos, câmeras e lentes grandes não só são inconvenientes em reportagens investigativas como afugentam tentativas de apreender as sutilezas do dia a dia. O iPhone é – também – a nova Kodak e, assim, mais acessível, uma alternativa para flagras e uma retórica aventureira.
Bruno Figueiredo, Netun Lima e Emmanuel Pinheiro passaram as experimentar e registrar suas imagens iPhônicas e a repercussão foi boa. Hoje são 28 fotógrafos em quatro países partilhando o projeto que manteve a mineiridade só no prefixo. Além da onda de popularização da fotografia, Bruno aposta que novas tecnologias são terrenos férteis de inovação (e retomadas?).
O grupo tem exibido ensaios em festivais de fotografia, publicado em revistas especializadas e, este mês, debate o tema na segunda edição do Foto em Pauta, em Tiradentes, Minas Gerais. Para alimentar a conversa, três experiências, no mínimo, instigantes:
– flickr.com/photos/basetrack – Três fotógrafos acompanharam tropas norte-americanas no Afeganistão e divulgavam o conteúdo gratuitamente, com a ideia de jornalismo free source.
– Damon Winter, fotógrafo do The New York Times, também acompanhou soldados dos EUA no Afeganistão usando o iPhone e ficou em terceiro lugar no prêmio Pictures of The Year International.
– Park Chan-wook, conhecido diretor de cinema sul-coreano, gravou seu último curta-metragem, Paranmanjang, usando apenas iPhones como câmeras.
A CIDADE É UMA SÓ?
O dinheiro veio de um edital para comemoração dos 50 anos de Brasília. E o cineasta Adirley Queirós, criado na Ceilândia, conseguiu fazer um filmaço desconstruindo a ideia de unidade da capital brasileira e, sem perder o humor jamais, colocou o dedo na ferida de como se formou a periferia de lá, assim como a daqui, assim como a de qualquer lugar. Tomara que A Cidade É uma Só? encontre espaço nos cinemas comerciais.
UMA DÉCADA DE RESPIRO
Os 10 anos do coletivo Poro são comemorados em grande estilo com o lançamento do livro Intervalo, respiro, pequenos deslocamentos, um apanhado da produção artística, intervenções urbanas e proposições políticas realizados pelo coletivo mineiro entre 2002 e 2010.
Formado por Brígida Campbell e Marcelo Terça-Nada!, o Poro produz ações efêmeras e trocas simbólicas nas cidades, atuando tanto no espaço institucional quanto no espaço não institucional. Na foto, por exemplo, vemos o trabalho Faixas de Antissinalização, realizado desde 2009, em Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília.
Além da comemoração de ações persistentes e independentes que marcam a trajetória da dupla, o livro é uma oportunidade boa para uma discussão ampliada sobre ações artísticas que promovem a percepção sobre o espaço público, cidade, patrimônio, memória, trabalho colaborativo e relações entre arte e política.
O leitor verá uma extensa coleção de imagens dos trabalhos do Poro, mas também textos inéditos, escritos por diversos autores, que contribuem com olhares e transbordamentos vindos de diferentes áreas: arquitetura, urbanismo, poesia, comunicação, história social, ativismo, artes visuais.
Fique atento a datas de lançamento no site: poro.redezero.org/livro.
NÃO PENSO. IMAGINO E FAÇO
Três videozinhos gigantes fazem parte de um projeto maior, um curta-metragem chamado Thomas Tristonho. Mas eles têm vida própria e, em separado, vemos artistas muito legais e sinceros. Enquanto aparecem alguns de seus trabalhos, ouvimos uma conversa boa sobre tristeza, desenho, alegria, desemprego, miniaturas, beleza e outras coisas do balaio de gatos da existência. Vai lá: oqueetristezapravoce.com.br.